Em dois anos, país cadastrou cerca de 90 mil propriedades e mantém mais de 40 milhões de cabeças de gado bovino cadastradas e em processo no banco de dados nacional. Sistema de rastreabilidade adotado pelo Brasil reforçou o potencial de exportação que, em 2004, deve ultrapassar US$ 2 bilhões.
Nos últimos dois meses, as estatísticas divulgadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento reforçam o acelerado crescimento nos indicadores do comércio exterior de carne bovina. A receita com as exportações de carne bovina deve ultrapassar os US$ 2 bilhões previstos para 2004. Os valores acumulados nos últimos 12 meses até junho de 2004 indicam um crescimento de 69% no valor exportado, em comparação com os 12 meses imediatamente anteriores. No primeiro semestre deste ano, as exportações de carne bovina chegaram a US$ 1,088 bilhão, resultado 30,7% superior aos US$ 643,7 milhões registrados em igual período de 2003.
Parte deste desempenho é reflexo da implantação, há 2 anos, do Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov). Neste período, quase 90 mil propriedades foram cadastradas no sistema e mais de 40 milhões de cabeças de gado bovino são mantidas no Bando Nacional de Dados do Sisbov (BND), de um total estimado de 189,3 milhões de cabeças. O sistema atende 60% do mercado em volume e, nos últimos dois anos, recuperou 60% do valor em vendas. O resultado é compartilhado por parte dos produtores, da indústria e do governo.
Este avanço permitiu ao Brasil rastrear o equivalente a quase 4 vezes todo o rebanho do vizinho Uruguai (11,5 milhões de cabeças), num período relativamente curto. A iniciativa brasileira levou Argentina, Uruguai e México a adotar medidas semelhantes. A crise na pecuária bovina após o aparecimento de BSE (vaca louca) e a entrada do Brasil em mercados servidos pelos EUA, levou o governo norte-americano a investir US$ 11,64 milhões na implantação de um sistema nacional de identificação animal (National Animal Identification System – NAIS) que será monitorado inicialmente em 29 estados do país e depois se tornara obrigatório para todos os bovinos dos EUA. Dado significativo: além de genuíno, o sistema brasileiro é o melhor disponível no mundo.
A adesão ao Sisbov é facultativa e permite o cadastramento nacional das propriedades participantes, com identificação individual dos animais, garantindo informações sobre sua sanidade (vacinas e medicamentos). O Sisbov permite ao governo e ao consumidor interno e externo conhecer o histórico do animal, oferecendo mínimas condições de segurança alimentar.
Em janeiro de 2003, 27 empresas de rastreabilidade e certificação uniram-se em torno da Acerta Associação das Empresas de Rastreabilidade e Certificação Agropecuária para promover a melhoria dos serviços. Neste período foram investidos cerca de R$ 23 milhões em equipamentos e treinamento de pessoal. A Acerta estima que o segmento incorporou um verdadeiro batalhão de técnicos, onde mais de 3.400 profissionais estão envolvidos no processo de extensão rural.
Até julho de 2004, os estados de Mato Grosso do Sul (8.658.487 animais), Mato Grosso (5.099.343) e Goiás (4.574.097) lideravam o ranking de animais inseridos no Banco Nacional de Dados (BND) do Sisbov.