A Fequimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo) começa a discutir nesta quarta-feira (20) a pauta de reivindicações da campanha salarial da categoria, cuja data-base é 1º de maio. A entidade reúne 33 sindicatos filiados, dos quais 12 pertencem ao setor de fabricação de álcool combustível e açúcar, o equivalente a cerca de 25 mil trabalhadores.
De acordo com o presidente da entidade, Danilo Pereira da Silva, a pré-pauta contempla um reajuste salarial real de 8% referentes ao ganho de produtividade do setor na última década. A este percentual também será somado o cálculo da inflação dos últimos 12 meses. A categoria também reivindica o aumento do piso para R$ 800. Atualmente, segundo Danilo, esse valor varia de R$ 580 a R$ 670.
A formatação de uma pré-pauta de reivindicações deverá ficar pronta ainda esta semana. As discussões, que terminam na quinta-feira (21), estão sendo realizadas em Itapetininga, SP. De acordo com Danilo, a pré-pauta será encaminhada às indústrias, de forma descentralizada. “As negociações serão feitas diretamente entre os sindicatos e as indústrias”, observa.
Já a Fetiasp (Federação dos Trabalhadores em Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo), com entidades filiadas que representam aproximadamente 50 mil trabalhadores do setor sucroalcooleiro, dará início à campanha salarial apenas em março, mas já discute cálculos de reposição salarial. A data-base da categoria também é 1º de maio.
De acordo com o diretor de relações sindicais da Fetiasp, Antonio Vitor, a pauta começará a ser formatada no dia 20 de março. “Já estamos iniciando os cálculos referentes à inflação do período e vamos discutir qual percentual de aumento real vamos reivindicar”, disse.
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Diferente da Fequimfar, que negocia diretamente com as empresas, a Fetiasp elabora uma pauta de negociações que é apresentada para a diretoria da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), entidade patronal que concentra os interesses das indústrias da região Centro-Sul.
A Unica possui 108 usinas associadas, 37,5% do total da região. O Centro-Sul possui 287 unidades cadastradas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nos oito estados da região, de acordo com o último levantamento, divulgado em 24 de janeiro.
De acordo com o sindicalista da Fequimfar, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) dos trabalhadores do setor ainda continua abaixo de outras categorias, com remuneração inadequada, condição que, segundo Danilo, contraria o processo de ascensão do setor. “Os recordes de produção e exportação geraram um ganho excelente aos usineiros restando a divisão deste lucro com os que mais contribuem para isso: os trabalhadores”.
Os 12 sindicatos ligados à Fequimfar, que representam os 25 mil trabalhadores do setor de fabricação de álcool combustível e açúcar, cobrem as regiões de São José do Rio Preto, Araçatuba, Ribeirão Preto, Presidente Prudente, Guaíra, Ipaussu, Marília, Araras, Itapetininga, Botucatu, Bauru e Americana.
