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Sindaçúcar/PE entrega ao governador um projeto para instalação de usinas em Petrolina

O Sindicato dos Produtores de Açúcar e Álcool de Pernambuco – Sindaçúcar/PE entregou no dia 26 ao governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB) e à Cia. de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – CODEVASF, o projeto “Canal do Sertão, Uma Visão de Futuro”.

De acordo com Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar/PE, a implantação do setor sucroalcooleiro em Petrolina possibilita a moagem permanente, sem entressafra, pois a CODEVASF tem projetos de irrigação durante o ano todo na região.

Confira partes do projeto:

“A implantação do Canal do Sertão pode ser apresentada como uma visão de futuro, uma vez que introduz no seu planejamento, o setor sucroalcooleiro, caracterizado por elevado desempenho econômico e fortes atrativos sociais.

É de se afirmar que os canais de irrigação para a cana, no sertão de Pernambuco, resultarão em produtos de alta qualidade, com mercado assegurado, pois, nos litorais o álcool produzido será em boa parte exportado, para Ásia, Índia, dentre outros.

O automóvel flexível é uma realidade que se aproxima e aguarda-se sua presença para os próximos 18 meses , fato que contribuirá para uma grande elevação do consumo doméstico em nosso país.

O setor sucroalcooleiro só no São Francisco, onde vivem cerca de 1,5 milhões de pessoas nas regiões de Petrolina, Dormentes, Santa cruz, Santa Filomena, Trindade, Ouricuri, Ipubi, Bodocó, poderá ter 5 a 6 usinas com quase 40.000 empregos diretos, e 160.000 indiretos , o que resulta em 200.000 novas oportunidades de ocupações.

A cana deverá ir para o sertão do São Francisco com a agroindústria acoplada, com equação comercial para o plantador (cana própria e de fornecedor).

A cultura a ser implantada vai usar água do Rio São Francisco para produzir açúcar e álcool, numa região com excelente logística para o entorno.

Do bagaço (Biomassa) vamos gerar energia elétrica, logo, vai-se produzir energia da água do rio e a melhor ou uma das melhores constituições que nosso País já teve (1946) preconizava que em 20 anos a renda tributária do País deveria devolver ao rio 1% das receitas, o que nunca ocorreu.

Agricultura moderna é semimecanizada e irrigada. Na Bahia, em Juazeiro, existe a Agrovalle (Usina com Destilaria) que é vitoriosa e usa o processo de irrigação por janelas de inundação e pivô central. O modelo é muito eficiente.

No planejamento, poder-se-ia inclusive fazer sinergias de culturas entre cana e fruticultura.

A cana-de-açúcar no Vale do São Francisco será inclusive uma nova alternativa para o produtor de frutas que também sofre, na lei da oferta x demanda, com preços aviltados, sujeitos a sazonalidade.

Ainda, poder-se-ia estabelecer um novo paradigma nas relações trabalhistas, com um modelo mais avançado socialmente, já que seria um projeto novo de expansão.

Os grandes especialistas afirmam que a logística é a base da manutenção do futuro de uma empresa.

No caso, a logística da região, para atendimento rodoviário, é invejável. Vejamos:

Atendimento dos sertões e de duas grandes cidades (Petrolina e Juazeiro) que recebem álcool hidratado do litoral e gasolina também.

As Distribuidoras se houver álcool anidro lá, passariam no mínimo, a reduzir custos, fazendo o “blend” (mistura) na nova região.

Imagina-se também ainda o caso da navegação fluvial e ferrovia, se esses modais fossem paulatinamente implementados.

Chegamos à conclusão de que transposições de Rios é projeto de longo prazo, fora da realidade atual do País. Precisamos é melhor potencializar os seus recursos naturais, levando água para os solos podzólicos e latosolos, lá existentes.

Esse projeto ora apresentado envolverá em sua totalidade cerca de 530 km de canais de irrigação, de Casa Nova na Bahia até Moreilândia/PE, mas, a implementação pode ser por etapas de 150 km.

Outra vantagem é a sobra do bagaço, que além de energia, viabilizaria alimentação para o pólo ovino-caprino da região que precisa comer para poder alimentar o homem.

O novo programa do álcool deve multiplicar renda em bases interioranas do País, levando desenvolvimento a partir de novas fronteiras agrícolas. O alvo deveria ser o Oeste do Nordeste, o Sul do Pará, o Norte do Mato Grosso, Tocantins e etc.

Como modelo de linhas de créditos, vislumbra-se algumas fontes , dentre as quais destacamos :

Intra-estrutura: CIDE do Petróleo – Art. 177 da Constituição Brasileira;

Área industrial: – BNDES – Formulação específica de um projeto que agregue adicionalidades ambientais;

Área agrícola: BNDES – Canas próprias – modelo envolvendo fertirrigação;

Fornecedores: BNDES- Governo Federal – Maximizar o conceito de microempresas ou cooperativas;

Co-geração Elétrica: BNDES – MME (Companhia Brasileira de Energia Emergencial)

Por fim, nada impede que esse projeto se torne realidade, e o setor empresarial manifesta apoio e pretende ser mais um parceiro para consecução desses objetivos.

I – Estudos Antecedentes

O SINDAÇÚCAR estabeleceu como uma das prioridades da atual gestão, a concepção de um estudo que identificasse áreas para introdução do Pólo Sucroalcooleiro no Vale do São Francisco.

A escolha dessa região decorre de vários fatores, merecendo citações os exemplos bem sucedidos, a alta produtividade, o empenho do Governo do Estado em gerar novas oportunidades de emprego e por fim o próprio desenvolvimento de Pernambuco.

Antes do registro das etapas desenvolvidas, é de se enaltecer não só o apoio logístico fornecido pela CODEVASF, mas também dos seus técnicos presentes na região, sempre solícitos e até pacientes com as nossas curiosidades.

Em todo o caminho percorrido, não se registraram reações negativas que pudessem desestimular a continuidade desse projeto. Ao contrário, todos estão ávidos para tornar esse sonho em realidade.

Essa ansiedade não se justifica tão somente pela extraordinária geração de empregos proporcionada pelo setor, mas também, consolida-se pela afirmativa do professor e consultor internacional Ignacy Sachs, que cada unidade industrial instalada num município, é responsável pelo surgimento de pelo menos trinta e nove oportunidades para o aparecimento de pequenos negócios no entorno do empreendimento.

Ainda, ressaltamos que o Projeto é complementar à manutenção da atividade canavieira nas zonas da mata, onde, vislumbramos possibilidades ainda de crescimentos, passando-se das atuais 15,5 milhões de toneladas até 19 ou 20 milhões, numa verticalização de crescimento com lógica econômico-financeira. Em época de moagem complementar, poder-se-ia atingir a mais até 6 milhões de novas toneladas no Oeste de Pernambuco, aproveitando-se inclusive o potencial ordenado de mão-de-obra, em contínua interação entre as duas regiões canavieiras.

Ficou claro, nas etapas desenvolvidas anteriormente, que os empresários do setor não buscam competitividade com a fruticultura existente na área, porém, antecipa-se que no modelo fundiário imaginado, as indústrias necessitam assegurar 70% de produção própria, e a demanda complementar estará disponibilizada para fornecedores tradicionais e fruticultores que disponham de áreas ainda não utilizadas e que desejem se incorporar na atividade canavieira.

Das oportunidades identificadas, e como resultados das visitas ao campo, acompanhadas por técnicos da CODEVASF, resultou um direcionamento para o Canal do Sertão, sugerindo-se a formulação de um grupo de trabalho, composto pelas diversas instituições envolvidas no projeto, com o objetivo de elaborar proposta técnica e engenharia financeira para sua realização.

Outrossim, para memorizar as diversas etapas já desenvolvidas, apresenta-se parte de um documento já discutido com os associados do SINDAÇÚCAR”.

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