Mercado

Sindaçúcar-PE avalia que guerra não trará impactos imediatos para o mercado sucroalcooleiro

O presidente do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, avalia que o conflito entre os Estados Unidos da América – EUA e o Iraque não deve ter efeito significativo sobre as exportações de açúcar. Esta posição se deve ao fato do açúcar nacional ser exportado a granel ou ensacado, sem a necessidade da utilização de contêiners. Os embarques contêinerizados devem sentir diretamente os efeitos de uma fiscalização mais rigorosa por parte do governo norte-americano. Cunha também avalia que não devem ocorrer oscilações significativas na cotação internacional do produto.

Os produtos alimentares que são embarcados para os EUA por meio de contêiners devem sentir os impactos de lei do Congresso daquele país, datada do início deste ano, que determina um controle ainda mais rigoroso na inspeção de produtos alimentares contêineirizados. O objetivo é evitar ações de bioterrorismo e situações de emergência de saúde pública.

Estas medidas podem encarecer os custos de exportação e, dependendo do tipo de contrato comercial, o exportador pode ser obrigado a arcar com as despesas de inspeção. Também podem ocorrer atrasos nos pagamentos das mercadorias exportadas, uma vez que o mesmo só é liquidado após as inspeções.

Cunha também avalia que o mercado já levou de forma antecipada os custos com a guerra e, no momento, não haveriam razões para novos aumentos no preço do açúcar que tem se situado entre 0,7 e 0,8 cents por libra peso. “Hoje existe um volume equilibrado. Se a guerra no Oriente Médio for prolongada ou se houver uma capacidade de reação por parte do Iraque, aí poderão existir mudanças, incluindo a valorização dos preços internacionais”. O presidente do Sindaçúcar explica que o mercado internacional trabalha em cima de expectativas e elas já haviam sido absorvidas pelos contratos feitos de forma antecipada.

Sobre a possibilidade de aumentar o teor de álcool na gasolina, que hoje é de 20%, para 25%, Renato Cunha diz que o anúncio do Plano de Contingência feito pelo Governo Federal deixa bem claro que não existe nenhuma intenção em elevar esta participação. “Houve um compromisso em antecipar a safra do Centro-Sul para evitar riscos nesta direção. No momento a prudência é essencial”, analisa.

Banner Evento Mobile