Safra 2024/25

SIAMIG Bioenergia discute impactos dos incêndios rurais no setor bioenergético

Setor já contabilizou R$ 180 mi de prejuízos com incêndios em Minas

(Foto: Willian Dias/ALMG)
(Foto: Willian Dias/ALMG)

Para debater os impactos dos incêndios rurais no agronegócio de Minas Gerais, a SIAMIG Bioenergia participou, nesta quarta-feira (11), de uma audiência pública promovida pela Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A audiência abordou as consequências dos incêndios, especialmente para o setor sucroenergético, considerando que o Estado é o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do país.

O debate atendeu a requerimento do presidente da comissão, deputado Raul Belém, que reforçou a necessidade de esclarecer que o setor produtivo não é culpado pelos incêndios e, na prática, é mais uma vítima do fogo. “Vivemos algo inédito em termos climáticos. Nunca passamos por uma estiagem tão severa e tantos danos provocados por incêndios, daí a necessidade de reavaliar, permanentemente, a capacidade do Estado de enfrentá-los”, afirmou o parlamentar.

Segundo dados da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG Bioenergia), somente no Triângulo Mineiro, responsável por 78% da produção de cana-de-açúcar no Estado, foram queimados aproximadamente 45 mil hectares de plantações de cana-de-açúcar, sendo que destes, 30 mil hectares eram de cana a ser colhida, correspondendo a cerca de 2 milhões de toneladas. O setor já contabiliza R$180 milhões de prejuízos iniciais com os incêndios no estado.

As informações foram sintetizadas na apresentação feita pelo presidente da SIAMIG Bioenergia, Mário Campos.

(Foto: Willian Dias/ALMG)

Além de defender uma limpeza mais eficiente das faixas de domínio das rodovias, pois muitas delas cortam áreas com plantações, matas ou vegetação seca, ele alertou sobre a necessidade de uma ação mais eficaz da Cemig na manutenção preventiva contra incêndios, com a substituição de estruturas antigas, como postes de madeira.

Ele também defendeu a reestruturação do programa Previncêndio, com medidas como a disponibilização exclusiva de aeronaves de combate a incêndios nas regiões mais vulneráveis durante o período crítico, de julho a setembro. Esse programa é uma força-tarefa do poder público para garantir uma resposta mais rápida e coordenada na fiscalização, prevenção e combate a incêndios nas unidades de conservação do Estado.

Nessa linha, Mário Campos também cobrou mais investimentos na infraestrutura e no pessoal do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar Ambiental, destacando a infraestrutura de combate a incêndios que as empresas do setor sucroenergético já possuem. São equipes com equipamentos, veículos e até aeronaves, que passam por treinamento constante e realizam ações de monitoramento e educação ambiental.

Outras propostas levadas ao debate foram a ampliação do prazo para pagamento de dívidas dos produtores que tiveram suas propriedades atingidas, a manutenção das rodovias com ações de segurança contra incêndios, por meio de aceiros em toda a faixa marginal sob domínio das vias, e o pedido para que as estruturas do programa Previncêndio fiquem à disposição para combate ao fogo mesmo fora das unidades de conservação.

Também participaram da audiência os deputados Dr. Maurício e Antonio Carlos Arantes, o secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Ricardo Albanez, o gerente do Departamento Técnico da Emater, Milton Flávio Nunes, a gerente de sustentabilidade do Sistema Faemg Senar, Mariana Ramos, o presidente da Academia Latino-Americana do Agronegócio, Manoel Mário de Souza Barros, o representante jurídico da Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Campo Florido (Canacampo), Renato Aparecido Roque, e a chefe do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente da PCMG, Bianca Landau Braile.