Até 2015, a Shell vai investir milhões de dólares em 10 projetos, conhecidos como elefantes, em diversos países para se tornar uma empresa mais fornecedoras de gás do que petróleo, informou ontem o presidente-executivo da companhia, Jeroen van der Veer.
Mas o executivo garantiu que, nesse período, a Shell pretende aumentar sua produção de petróleo dos atuais 3,5 milhões de barris por dia para 5 milhões de barris por dia com investimentos em pesquisas e novas tecnologias. Van der Veer explicou que o aumento da produção energética virá de reservas de petróleo do Canadá e de campos de gás na Austrália, Nigéria e Catar.
Quando lhe perguntaram se os investimentos não mudariam o porcentual de participação dos negócios da Shell, nos quais o petróleo representa cerca de 60%, a favor do gás, o executivo respondeu: Não excluo isso, pode-se ver que a participação do gás está aumentando.
A empresa também já investiu US$ 1 bilhão em energia renovável, mas Van der Veer pôs um balde de água fria no potencial da energia eólica. O empenho da Shell continuará sendo o petróleo e o gás, bem como combustíveis não convencionais. O uso mais moderno do carvão será importante. Os hidrocarbonetos ainda serão a principal fonte de energia. As fontes renováveis (eólica, solar e das marés) são simplesmente caras demais. A longo prazo, a tecnologia talvez possa barateá-las, mas elas provavelmente serão mais caras do que os barris da Arábia Saudita. A pesquisa ganha cada vez mais força na Shell, informou Van der Veer. Segundo ele, o orçamento atual de US$ 553 milhões vai aumentar, mas não haverá um orçamento determinado. Também serão indicados dez cientistas-chefes para monitorar os projetos de pesquisa.
Quanto à disparada dos preços do petróleo, Van der Veer não está otimista. Estou dizendo às pessoas, não imaginem um mundo com o barril a US$ 20. Segundo ele, não falta petróleo, mas o mercado está preocupado com a pequena capacidade ociosa dos países produtores.