O segmento industrial de Pernambuco mais prejudicado pela crise financeira mundial é o sucroenergético. Foi o que disse o presidente da Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco), Jorge Côrte Real, nesta quinta-feira (21), durante reunião com a Comissão Especial do Poder Legislativo, criada para avaliar os efeitos da crise.
Côrte Real apontou a falta de crédito, o mercado externo encolhido e os preços baixos como fatores que ameaçam o setor, responsável por empregar cerca de cem mil trabalhadores, e que corresponde a 19% do PIB (Produto Interno Bruto) industrial de Pernambuco. “Ironicamente, o preço do açúcar subiu no exterior, mas não temos quem financie os empresários do setor”, lamentou.
O cultivo de frutas tropicais do Vale do São Francisco também gera preocupação. Os produtores regionais obtiveram crédito, mas a demanda externa diminuiu. Por outro lado, o dirigente da Fiepe disse estar otimista com os grandes investimentos estruturadores de Suape, como o estaleiro e a refinaria, “além do bom momento vivenciado pelos setores têxtil e da construção civil”.
Segundo o presidente da Comissão Especial, deputado Pedro Eurico (PSDB), é fundamental ouvir a opinião da Fiepe para que sejam adotadas medidas que impeçam a perda de investimentos no Estado. “O mais importante é evitar a redução do número de postos de trabalho. A Federação é uma das forças que constroem o Estado. A crise afeta tanto o mundo dos negócios como os trabalhadores”, disse o parlamentar.
O presidente da Fiepe entregou aos deputados a cópia de uma proposta encaminhada ao governador Eduardo Campos com as sugestões da entidade para amenizar os efeitos da crise. São apresentadas 12 medidas, incluindo a compensação de créditos tributários, a prorrogação de incentivos fiscais e um novo programa de recuperação fiscal, prevendo o parcelamento de débitos junto ao Tesouro Estadual, em 120 parcelas.