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Setor sucroenergético brasileiro desperta interesse da Suécia

O estreito relacionamento comercial entre Brasil e Suécia e o interesse crescente pela produção de etanol de cana-de-açúcar trouxe mais uma delegação estrangeira à União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).

Esta semana, um grupo bastante heterogêneo formado por representantes de bancos, entidades institucionais e até de uma igreja esteve na sede da entidade para conhecer melhor o setor sucroenergético brasileiro.

O grupo assistiu a uma apresentação conduzida pela relações institucionais da UNICA, Carolina Costa, mostrando a evolução do setor, desde a criação na década de 70 do Programa Nacional do Álcool, o Proálcool, ao lançamento dos carros flex pela indústria automobilística nacional em 2003.

Além de ressaltar os benefícios ambientais proporcionados pela utilização de um combustível limpo e renovável, Costa destacou as iniciativas sociais desenvolvidas pelas 116 usinas associadas à UNICA. Essas iniciativas são apresentadas detalhadamente no primeiro Relatório de Sustentabilidade da entidade, lançado no final de 2008, que reúne mais de 600 iniciativas conduzidas por suas associadas no ano anterior.

Com uma política de proteção ambiental consistente, a Suécia é um dos maiores consumidores do etanol brasileiro na Europa. O país trabalha para reduzir sua dependência dos combustíveis fósseis e mais de 30% dos postos de combustível suecos já oferecem o E85 (mistura de 85% de etanol com 15% de gasolina).

Como acontece no Brasil, a utilização de fontes renováveis de energia naquele país supera a média mundial: quase metade de sua matriz energética se concentra em fontes renováveis, enquanto a média global está abaixo dos 14%.

As questões relacionadas à sustentabilidade tem peso considerável nas decisões do governo e da iniciativa privada sueca. Em junho de 2008, a sueca Sekab e as brasileiras Alcoeste, Cosan, Guarani e NovAmérica realizaram o primeiro embarque de etanol para a Suécia, com verificação prévia de critérios de sustentabilidade.

Ou seja, o etanol importado passou por uma auditoria de uma organização internacional independente que desde o ano passado, está fiscalizando pontos específicos do clico de produção do etanol de cana nas unidades produtivas destas empresas.

O trabalho inclui verificações como: a redução da emissão de dióxido de carbono; os níveis de mecanização da colheita; a conservação das áreas de mata nativa; o uso do trabalho infantil ou não regulamentado; o respeito aos pisos salariais do setor e o cumprimento das metas do Protocolo Agroambiental, que estabelece o fim do processo da queima de cana até 2014.

Por sua representatividade e por conhecer profundamente a cadeia produtiva do etanol, a UNICA é passagem obrigatória de todas as delegações estrangeiras que vem visitar os segmentos mais desenvolvidos da economia brasileira.

A delegação sueca foi a primeira visita recebida pela entidade em 2009. No ano passado, mais de 160 grupos estrangeiros estiveram por lá, inclusive a vice-primeira ministra da Suécia, Maud Olofsson.

As informações partem da assessoria da Unica.