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Setor Sucroalcooleiro tem nova onda de investimentos

A alta nos preços do açúcar trouxe de volta a rentabilidade ao setor sucroalcooleiro e, como conseqüência, começa uma nova fase de investimentos. Os projetos anunciados entre julho e agosto somam R$ 5 bilhões. Também melhorou a oferta de crédito bancário. Os preços da commodity subiram 70% desde seu nível mais baixo, em 13 de junho de 2007, quando caíram para 8,81 centavos de dólar por libra-peso. Ontem, encerraram a 14,99 centavos de dólar em Nova York.

Para a safra atual, 100% das exportações de açúcar estão com preços fixados, segundo Arnaldo Corrêa, da Archer Consulting. E para a safra 2009/10, que começa a ser colhida em abril de 2009, cerca de 25% dos volumes de exportação também já estão estabelecidos. Os exportadores aproveitaram a puxada dos preços, tanto no mercado à vista quanto no futuro, e fixaram o valor das exportações, garantindo receita mesmo que os preços caiam. Mas as perspectivas são de alta.

Diante desse cenário, os bancos voltaram a olhar o setor com otimismo e retomaram a concessão de crédito. Mesmo bancos estrangeiros, com aperto de liquidez pela crise financeira internacional, têm dado prioridade às usinas do Brasil, diante das perspectivas positivas de rentabilidade. Mesmo que empresas menores venham a passar por problemas de liquidez, poderão ser adquiridas por grupos maiores, mais capitalizados.

A outra conseqüência da rentabilidade em alta é uma nova onda de investimentos na construção de usinas, principalmente no Centro-Oeste do país, liderada por multinacionais e grupos nacionais capitalizados. A americana Cargill tornou-se sócia do grupo Moema na usina Bom Jardim, que deverá ser construída na cidade de Itapagipe, no Triângulo Mineiro. Os investimentos serão de R$ 370 milhões, recursos que contemplam apenas a parte industrial. Se considerado o aporte agrícola, a cifra supera os R$ 500 milhões. O Valor apurou que a Cargill também tem interesse em adquirir participações em outras unidades do Moema, que tem cinco usinas em operação.

Entre os grupos que anunciaram aportes na atividade recentemente estão ADM, Bunge e Toyota Tshusho, além do Cluster de Bioenergia. Com isso, os investimentos já somam mais de R$ 5 bilhões.