Mercado

Setor sucroalcooleiro melhora

A instalação de novas unidades produtoras de açúcar e, principalmente, álcool deve puxar os investimentos do setor sucroalcooleiro do Centro-Sul nos próximos anos. Segundo pesquisa feita por Neriberto Simões, técnico da consultoria ProCana, de Ribeirão Preto, as usinas deverão aumentar seus investimentos totais (na parte industrial, agrícola e administrativa) em cerca de 20%, para R$ 660 milhões na safra 2004/05, ante os R$ 550 aplicados em 2003/04. Se confirmada essa estimativa, as empresas vão ultrapassar o total investido no ciclo 2002/03, de R$ 600 milhões.

Os números foram apresentados ontem, durante o 2º Workshop sobre Estratégias para o Setor Sucroalcooleiro, realizado em São Paulo. “Acredito que o mercado de álcool vai crescer e as usinas terão de aumentar a capacidade instalada de produção, que atualmente é de 17 bilhões de litros por safra. Não temos nem cana nem usinas suficientes”, diz Simões.

O empresário José Pessoa de Queiroz Bisneto, que possui nove usinas no Centro-Sul e Nordeste, diz que a tendência é a concentração do investimento na montagem ou compra de unidades. “O que tinha de ser melhorado no Centro-Sul já foi feito”, avalia.

Pessoa diz que, em razão do câmbio, o momento é particularmente favorável para empresas estrangeiras que queiram se instalar no Brasil. Há informações que a trading francesa Louis Dreyfus estaria fazendo avaliações no mercado. Do total que está sendo investido para a safra 2003/04 (R$ 550 milhões), a maior parte, 56%, tem sido aplicada na área industrial, principalmente na instalação de destilarias, fábricas de açúcar e instalações de co-geração. Outros 41% foram planejados para a renovação dos canaviais com variedades mais produtivas e 3% para a área administrativa.

De acordo com Simões, em São Paulo, que possui o maior parque canavieiro do país, as usinas estão investindo pouco na expansão da área plantada. “O preço da terra está alto porque a disponibilidade de novas áreas é pequena. O jeito é aplicar no aumento da produtividade da cana”, afirmou. Nas safras seguintes, o investimento em cana mais produtiva e construção de destilarias deve continuar crescendo. (Folha do Estado)

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