Mercado

Setor de serviços e a alta do Cofins

As prestadoras de serviços já falam em aumento de preços para 2004 devido à alta da Cofins de 3% para 7,6%, aumento este real, pois elas não têm direito a creditar-se da sua matéria-prima, que é a mão-de-obra de seus funcionários. Outras pensam em terceirizar o que for possível, já que os serviços pagos a pessoas jurídicas dão direito ao crédito, o que acarretará demissões, única maneira de enfrentar a elevação da alíquota.

O setor de serviços ainda tem esperanças de que a revisão dessa norma seja feita entre as inúmeras emendas que estão no Congresso, propondo uma redução da alíquota, o que, na prática, não resolve muita coisa. O ideal seria permitir a prestadores de serviços abatimento de todas as despesas, pois mesmo reduzindo a alíquota o setor será o mais penalizado.

Distante do Simples, o setor já sofreu demasiadamente com aumento de 167% na alíquota da contribuição social, que saltou de 1,08% para 2,88% desde setembro último.

A idéia de acabar com a não-cumulatividade da Cofins está mais refletida nas atividades de comercialização e produção de bens, já que as prestadoras de serviços não se inserem nesse sistema. Recorde-se o impacto sofrido anteriormente com o PIS não-cumulativo, passando de 0,65% para 1,65%.

O que nos resta é aguardar e contar que o governo cumpra o que disse o líder do PSB, Eduardo Campos (PE): “alguns setores serão penalizados e outros premiados, mas todos serão beneficiados ao longo da reforma.”

Caso contrário, o ano de 2004 será marcado por demissões, aumento de preços, falências e pelo crescimento da informalidade.

Claudia A. Guedes, consultora e diretora da Criativa Org. Contábil S/C Ltda.