A bioenergia brasileira carece de uma estratégia de expansão para os próximos anos, segundo afirmaram especialistas do setor durante o Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae).
“Estamos no bloco de países favorecidos pelo crescimento da China e o caminho mais forte é a bioenergia”, disse o economista e diretor de planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Antonio Barros de Castro. O problema diz, é a falta de uma estratégia nacional, como fez recentemente os Estados Unidos com o programa de substituição do consumo de combustíveis fósseis pelo consumo de combustíveis renováveis.
Segundo Castro, o Brasil pode aumentar a sua produção de etanol em 14 vezes, atingindo o volume de 200 bilhões de litros ao ano apenas com o aumento de produtividade e com a utilização da área propícia para o plantio da cana-de-açúcar, sem ameaçar o meio ambiente.
Já o presidente da União da Indústria da cana-de-açúcar (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, ressaltou que o país precisa investir mais em tecnologia, especialmente nas chamadas segunda e terceira gerações de produção, pelos processos de hidrólise e de regaseificação. “O país não induz ninguém a investir nessa área”, disse Carvalho.
O diretor de bioenergia da Petrobras, José Carlos Miragaya, também destacou a necessidade de mais investimento em tecnologia, especialmente no biodiesel. “Precisa haver um esforço para aumentar a produtividade do biodiesel no campo”, disse.