O Brasil pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% e chegar a um cenário de baixo carbono em 2030, mas precisará de investimentos adicionais de R$ 44 bilhões por ano. A informação é do Banco Mundial, que divulgou semana passada o Estudo de Baixo Carbono para o Brasil, que considera o potencial de redução de emissões mantendo as perspectivas de desenvolvimento econômico.
De acordo com o documento, as possibilidades de redução são menores nos setores de energia e de transportes por dois motivos: a matriz energética brasileira é considerada limpa e o país usa etanol na sua frota de veículos. No caso do setor elétrico, investimentos adicionais de US$ 344 bilhões poderiam evitar o lançamento do equivalente a 213 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera.
“Os esforços não são contraditórios. É possível acomodar a redução de emissões com crescimento econômico”, avaliou o coordenador do estudo, Christophe de Gouvello.
A redução de 37%, projetada pelo Banco Mundial, está dentro da margem do governo brasileiro, que prevê reduzir as emissões entre 36,1% e 38,9% até 2020.
O relatório apresentado sugere ações de redução em quatro frentes: energia; desmatamento e agropecuária; transportes; e manejo de resíduos. Em 20 anos, o Banco Mundial calcula que seriam necessários US$ 725 bilhões para que o país chegue aos níveis esperados. Apesar do altos valores, o Banco Mundial acredita que o custo de não agir para frear as mudanças climáticas pode ser ainda maior.