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“Será uma das safras mas difíceis que teremos”, diz Cunha

Futuro é incerto alega presidente executivo da NOVABIO

Renato Cunha, presidente da NOVABIO
Renato Cunha, presidente da NOVABIO

Com os resultados de uma safra considerada por eles como a safra da recuperação, produtores do Norte e Nordeste se preocupam com o destino do ciclo 2020/21, que deverá começar em agosto próximo. “Será uma das safras mais difíceis que teremos”, afirma Renato Cunha, presidente executivo da Associação de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NOVABIO).

Segundo ele, apesar da preocupação com o futuro do setor, a recuperação agrícola nas lavouras no último ciclo possibilitou o crescimento de mais de 10% de matéria-prima e uma safra mais equilibrada em termos de precificação, contabilizando moagem por volta de 51 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. O volume é cerca de 10% acima do processado na safra 2018/19.

Com mix de 58,09 para etanol e 41,91 para açúcar, a produção de açúcar na região ficou em 2.767 milhões de toneladas, 12,7% acima da temporada passada; etano, foi de 2.267 bilhões de litros, 8% a mais que na safra passada. O ATR passou de 135,54 kg/t.cana para 136,18 kg/t.cana.

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Renato Cunha, presidente executivo da NOVABIO

“É cedo ainda para estimar como será a safra 2020/21. Ainda temos que enfrentar o inverno e esperar que haja uma boa regularidade e distribuição de chuvas”, disse o executivo. Cunha lembrou ainda os impactos que a pandemia da COVID-19 trará à economia e ao setor.

“É uma travessia longa em função dos efeitos do coronavírus até o início da próxima safra. Temos que enfrentar a falta de liquidez no mercado para as compras de açúcar e etanol e as  perspectivas de preço são imponderáveis”, disse, reforçando “Confiamos ainda  que as Distribuidoras desistam desse instituto da força maior e que os Bancos não fiquem empoçados de liquidez interna ao invés de financiarem a produção”, concluiu.