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Senadores defendem hidrovias e criticam administração portuária

Na CRA, Michel Dib Tachy (E), Sérgio Mendes, Luiz Antônio Fayet, Neuto de Conto, João Aparício, José Renato Fialho e Walneon de Oliveira Em audiência pública sobre logística e infra-estrutura de transportes para escoamento de safra, realizada ontem na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), Kátia Abreu (DEM-TO) criticou as administrações privadas e os órgãos públicos responsáveis pelos portos no Brasil.

A senadora disse que as falhas na infra-estrutura de transporte, falta de hidrovias e ineficiência dos serviços portuários provocam grande prejuízo ao agronegócio, e que mesmo assim os responsáveis pela administração dos portos anunciaram aumento de taxas portuárias em 21,3%.

O representante da Secretaria Especial dos Portos, João Aparício Costa, ressaltou que há previsão de investimentos de R$ 2,7 bilhões na modernização dos portos nos próximos três anos. Ele também afirmou que entre os objetivos da secretaria estão eliminar as restrições operacionais aos navios de cabotagem e reduzir o alto custo do abastecimento dos navios na costa brasileira.

O representante da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antônio Fayet, frisou que o custo do transporte rodoviário – o mais utilizado no Brasil – chega até cinco vezes o do transporte hidroviário. Também destacou que, “dos R$ 110 milhões previstos para investimentos no Programa de Aceleração de Crescimento, nada foi ainda liberado nesse setor”.

O diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais, Sérgio Mendes, afirmou que no Brasil mais de 70% das cargas do agronegócio são transportadas por rodovias, quando nos Estados Unidos 61% são transportadas por hidrovias.

O representante da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antac), Walneon de Oliveira, declarou que a agência vem promovendo seminários sobre os projetos de hidrovias brasileiras na busca de propostas para solucionar os problemas.

O diretor de infra-estrutura do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), Michel Dib Tachy, disse que o Brasil tem um potencial de hidrovias superior a 60 mil quilômetros somente em rios. José Renato Fialho, representante da gerência de Desenvolvimento e Regulação da Navegação Interior, também participou da audiência que foi presidida pelo senador Neuto de Conto (PMDB – SC).

Biocombustíveis

Antes da audiência, em reunião da Subcomissão Permanente dos Biocombustíveis, a CRA aprovou dois requerimentos de João Tenório (PSDB-AL), propondo audiências para discutir o mercado de etanol e as perspectivas de co-geração de energia nas usinas de açúcar e etanol.