O decreto do Governo federal que autoriza a entrada de etanol de milho dos EUA isento de tarifas é “insensível e irresponsável.”
A crítica é do senador Jarbas Vasconcelos (MDB-PE).
Ele fez discuso contra a medida do Governo no Plenário do Senado nesta quarta-feira (25/09).
O decreto é de 31/08 último e libera por um ano a importação, sem tarifas, de 750 milhões de litros de etanol feito de milho dos EUA.
Segundo Vasconcelos, a medida irá prejudicar a economia de vários estados produtores de cana-de-açúcar, principalmente o seu estado, Pernambuco.
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‘Decisão é equivocada’
Conforme a Agência Senado, Vasconcelos destacou que a decisão do governo é equivocada e injusta com os produtores e com os trabalhadores do setor sucroalcooleiro da região Nordeste.
Para o parlamentar, essa atitude trará enormes prejuízos econômicos e sociais.
Jarbas informou ainda que o governo brasileiro permitiu a entrada de 750 milhões de litros de etanol, justamente no período de safra do produto.
Tal medida leva a uma concorrência desleal com os produtores brasileiros.
Esses produtores investiram em modernização, melhorando a competitividade, tornando-se referência em eficiência produtiva, declarou, segundo a Agência Senado.
“Atualmente, são cerca de 60 usinas que empregam diretamente 300 mil trabalhadores e produzem mais de dois bilhões de litros de etanol por ano”, destacou.
“É essa produção e são esses empregos que estão agora ameaçados por conta da decisão de privilegiar a importação ao invés de fortalecer a nossa economia.”
“Preocupação é apurada”
Para Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar-PE e da associação de empresas NovaBio, “a preocupação do senador é apurada com a questão social.”
“O senador tem uma história muito limpa, é honrado, correto”, disse.
“E vê que essa medida [de ampliar para 750 milhões de litros a entrada de etanol importado sem impostos] é uma medida que pode dificultar ainda mais um negócio que tem pouca previsibilidade”, explicou.
Mais: “[o setor] vive com muita dificuldade no Brasil como um todo. Existem vários casos de recuperação judicial e muita gente desistindo do negócio.”
“E é um setor de muita responsabilidade. O senador está preocupado.”
Segundo Cunha, o senador “não escuta só as usinas. Ele escuta sobretudo as pessoas que o procuram, a classe média rural, fornecedores de cana, trabalhadores, pessoas que têm essa preocupação.”