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Senado "barra" votação da subvenção canavieira do NE

O otimismo dos canavieiros do Nordeste deu lugar a decepção e a surpresa nessa quarta, dia 3 de abril, em Brasília. Isso porque um dia após a presidente Dilma Rousseff anunciar ações para amenizar prejuízos provocados pela seca nordestina, votação de projeto de lei que autoriza subvenção a agricultores da região é travada por senadores governistas. O projeto, que é originário da medida provisória 587 libera auxílio emergencial aos agricultores afetados pela maior estiagem dos últimos 50 anos, não foi votado pelos parlamentares e segue trancada no Senado. “A situação é controversa pois num dia anterior a presidente anuncia a liberação de R$ 9 bilhões para o povo nordestino, no outro, a votação do projeto de lei da MP 587 é adiada por falta de consenso dos senadores ligados ao governo federal”, diz surpreso o presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Alexandre Andrade Lima. Ele informa que vai tentar conversar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para entender o ocorrido.

O fato é que a pauta do Senado segue trancada porque não houve acordo sobre a votação da MP que foi aprovada consensualmente entre parlamentares do governo e da oposição na Câmara Federal. “Estava em Brasília ontem (2), e não entendi o que aconteceu para gerar este novo cenário”, diz Lima.

Situação emergencial

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Segundo a Unida, cerca de 21 mil fornecedores nordestinos de cana atingidos pela seca podem ser beneficiados com a votação da MP 587. Segundo a proposta, cada pequeno e médio agricultor será beneficiado com R$ 10 por tonelada de cana fornecida às usinas na safra 2011/12, limitada a 10 mil tons.

De acordo com as entidades, o setor teve um déficit de 50% no faturamento na última safra por conta da maior seca dos últimos anos. “A nova safra poderá ser ainda pior que a última, em função da descapitalização para investir no trato cultural”, diz Alexandre Lima.