Produção com oleaginosa pode ter “Selo Combustível Social” JAMILLE COELHO A produção de biodiesel a partir da energia gerada pelas oleaginosas em Pernambuco será o principal foco de discussão durante o Seminário de Políticas Públicas para os Biocombustíveis, que será realizado de 12 a 14 de outubro, no Mar Hotel, em Boa Viagem. O objetivo do encontro é apresentar, à Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) e ao Governo do Estado, subsídios que possam ampliar o debate sobre a bioenergia em torno da oleaginosa mais adequada à produção do biocombustível na Região, que poderá ser certificada com o “Selo Combustível Social”, como forma de incentivar a agricultura familiar.
De acordo com o professor do departamento de Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Gerson Quirino, em Pernambuco a produção das oleaginosas ainda não é expressiva, apenas o Agreste e Sertão extraem o óleo a partir da mamona de forma muito precária. “A mamona não tem peso econômico para sustentar a produção no Nordeste, com exceção da Bahia. Pernambuco carece de pesquisas sobre novas variedades de oleaginosas tanto no sentido de espaçamento, adubação e consórcios de lavouras combinadas, com mamona, milho, feijão e algodão, já que temos terras férteis para esse tipo de produção”.
Ainda conforme Quirino, o produtor familiar não recebe incentivo para acelerar a produção. “Na maioria das vezes, o pequeno produtor comercializa seus produtos para indústrias de cosméticos porque para ele é financeiramente mais viável do que vender o óleo para as indústrias de biocombústíveis. É extremamente vantajoso o uso das oleaginosas para o biodiesel porque polui menos o meio ambiente”.