Mercado

Sem risco de desabastecimento

O governo já afastou o risco de desabastecimento de etanol do mercado e estuda a possibilidade de passar para a Agência Nacional do Petróleo,Gás e Biocombustíveis (ANP) a fiscalização de toda a cadeia produtiva, criando mecanismos para garantir seu abastecimento e evitar distorções.Outra possibilidade estudada pelo governo é facilitar os empréstimos para que as refinarias produzam mais etanol em vez do açúcar, estimulando as companhias a fabricar o combustível e aumentar,assim, sua oferta no mercado.

Para Renata Marconato, analista de açúcar e álcool da MB Agro, a alternativa para amenizar a crise de oferta do etanol é um pouco mais simples. Segundo ela, a existência de estoques reguladores faria com que a grande volatilidade de preços existente entre safra e entressafra fosse minimizada.

“ É preciso pensar em um jeito de formar estoques para que a alta não seja tão acentuada durante a entressafra. Isso fará com que os preços sejam competitivos durante todo o ano”, afirma a analista. Segundo ela, uma política correta de preços conquistaria a confiança do consumidor no etanol e faria com que o setor crescesse de forma regular.

Já o analista de açúcar e etanol da Safras & Mercado,Mauricio Muruci, alerta para a necessidade de investimentos em pesquisa e tecnologia por parte dos produtores, de maneira a ampliar o potencial produtivo das lavouras. Outra questão citada pelo analista é o tom especulativo que vem dominando o mercado, o que deverá ser amenizado caso o etanol se torne um combustível regulado pela ANP, como já acontece com a gasolina. (ABT)