
A baixa escala de produção dos canaviais é o principal motivo para a série de entraves que o setor sucroenergético enfrenta hoje. E esta, por sua vez, decorre da complexidade do material genético disponível para plantio. Essa é a opinião do diretor comercial do CTC, Osmar Figueiredo Filho, que ressalta que se não houver investimentos representativos em inovação, a cultura da cana deixará de ser atrativa para produtores.
Figueiredo Filho compara, por exemplo, que enquanto a cultura da beterraba, no Brasil chamada de minor crops, pela pouca área cultivada registra aumento de produtividade da ordem de 45% nos últimos 15 anos, a cana não chegou a 10% de elevação, no mesmo período. “Já o milho avançou 40% e a soja, 30%”, assinala.
De acordo com ele, desenvolver uma variedade de cana pode consumir entre dez e quinze anos de estudos e pesquisas, ao custo de R$ 150 milhões. “Apesar dessa relação, o germoplasma da planta é hoje comercializado por valores inferiores a R$ 10 por hectare”, comenta.
Na visão do executivo, os acionistas do CTC empreenderam mudanças organizacionais porque o mercado sucroenergético é hoje “altamente dependente” de saltos tecnológicos de curto prazo, que para ele somente serão viabilizados pela aplicação de recursos em inovação. “O setor anseia por tecnologias que em pouco tempo ajudem a reduzir custos e aumentar a competitividade da cadeia produtiva, atualmente ameaçada por outros países produtores de açúcar e etanol”, conclui Figueiredo Filho.
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