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Sem a ISO 22000, usinas correm o risco de ficar para trás

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Existem diversas maneiras de perder o bonde da história. Em alguns casos, é possível perder também o trem, o caminhão, a barcaça, o navio, dependendo do modal utilizado para o transporte de açúcar. Quem fabrica esse produto e não incluir entre as prioridades a certificação ISO 22000 e também não se preocupar com a FSSC 22000, corre o risco de ficar para trás. Pode amargar contratempos na comercialização de açúcar.

Algumas empresas compradoras têm dado prazo para usinas, que fornecem açúcar, obterem certificação, revela Leandro Patrocínio, coordenador de qualidade da Usina Barralcool, de Barra do Bugres, MT. Essa questão está incomodando unidades sucroenergéticas que procuram fabricar um produto de melhor qualidade para conseguir remuneração mais elevada no mercado, afirma Gilmar Galon, coordenador de reuniões do Grupo de Estudos de Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro (Gegis). A certificação ISO 22000, que define os requisitos de um sistema de gestão de segurança alimentar, é considerada estratégica para a conquista de novos mercados, principalmente no exterior.

A obtenção de certificação requer mudanças nas áreas operacional e comportamental, além da adequação de documentação, constata Gilmar Galon, que é gerente industrial da Usina Pitangueiras, de Pitangueiras, SP. Essa unidade conseguiu a ISO 22000 em novembro de 2011 – informa – e pretende conquistar a FSSC 22000 (Food Safety System Certification), até o final de 2013.

As mudanças relacionadas ao processo de produção na Pitangueiras começaram há três anos – relata Galon – com o programa 5S, que é a etapa inicial para a implantação da Qualidade Total. Além disso, a usina recebeu a certificação ISO 9000 (gestão da qualidade) e implantou as Boas Práticas de Fabricação (BPF) e o sistema Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).

Para a obtenção da ISO 22000 foram adotadas diversas medidas – detalha -, entre as quais, a adequação de equipamentos que passaram a ficar hermeticamente fechados. Os equipamentos e tubulações – da saída da moenda até o ensaque -, que fazem parte do processo de fabricação de açúcar, utilizam aço inox ou revestimento de epóxi., esclarece o gerente industrial. Outro procedimento adotado na usina foi o uso de produtos e graxas de grau alimentício.