A seca no Sul do país fez o preço da energia comercializada à vista no mercado livre aumentar 1.629% na região.
Na terceira semana de janeiro, o valor era de R$ 12,20 o MWh (megawatt/hora). Nesta semana, alcançou R$ 210,95.
“O único fator que explica essa alta é o regime pluviométrico”, afirma o coordenador da área de preço da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), Gustavo Arfux.
A falta de água nos reservatórios do Sul, que estão com 30% da capacidade -o menor nível em doze anos-, elevou também o preço da energia contratada em todo o país. No Norte e Nordeste, chegou a R$ 187,17 MWh.
“Com hidrelétricas desligadas no Sul, o Sudeste passa a transmitir uma quantidade expressiva [de energia]. Encarece em todas as regiões”, afirma Alexandre Nunes Zucarato, gerente de inteligência de mercado da CCEE.
Desde o segundo semestre de 2010, a energia não ultrapassava os R$ 200. Na ocasião, o preço foi registrado no Nordeste, que sofria com estiagem.
A alta dos preços deve atingir as indústrias que compram no curto prazo.
“Se a empresa estiver com seus contratos vencendo vai ter que arcar com esse custo maior”, afirma o coordenador do grupo de energia da Fiergs, Carlos Farias.
“As empresas que forem oneradas devem, fatalmente, repassar o custo”, diz o presidente da Câmara de Energia da Fiesc, Otmar Müller.
Maria Cristina Frias