Mercado

Sebrae e Apex priorizam exportações para América Latina

A Agência de Promoção de Exportações (APEX) e o Sebrae firmaram acordo de cooperação para aumentar a participação de pequenas empresas na política de exportações. O objetivo da parceria, segundo explicou o presidente da Apex, Juan Quirós, é buscar no exterior, em especial, em países da América Latina, nichos de mercado, com o intuito de promover comercialmente o país e organizar a demanda de forma a direcionar a produção interna aos potenciais compradores.

O trabalho do Sebrae, segundo o presidente da entidade Silvano Giani, é a preparação das empresas para a profissionalização na exportação, compondo com a Apex um sistema de Inteligência Comercial. A definição do trabalho de cada um desses órgãos é que vai fazer diferença depois do acordo hoje assinado.

No ano passado, 8.557 empresas brasileiras trabalhavam sob o apoio dos dois órgãos, garantindo a manutenção de 115 mil empregos. Em 2004 a previsão é que o número de empresas suba para 9.500 a 9.800, com a elevação de empregos para entre 135 mil a 140 mil.

Mas a participação da pequena empresa brasileira na exportação pode ser considerada escassa. Estima-se que varia de 2% (se considerar seu tamanho pelo faturamento) a 12% (se classificada pelo número de funcionários). É um quadro oposto ao de muitos países como a Italia, Espanha ou Taiwan. Na Itália, as empresas de pequeno porte respondem por mais da metade das vendas externas. Em Taiwan, chega a 48% e na Espanha exportam 40% do todo. O Sebrae acredita que o Brasil pode chegar a esses níveis atuando no varejo e no atacado.

Apex e Sebrae procuram agrupar as empresas a partir do entendimento de que, unidas de forma coletiva, fica mais fácil escoar produtos. Além do mais, isso cria competitividade entre elas, conforme Silvano Giani. Tem por objetivo estimulador que o importador tenha um leque de ofertas de forma contínua, garantindo o seu interesse em comprar, numa perspectiva de futuro, conforme destaca o presidente da Apex, Juan Quirós.

O presidente do Sebrae lembra que Brasília mesmo exporta moda para a praia. Um mercado bastante potencial é o da produção de orgânicos, que inclusive desperta a atenção do mercado alemão, que poderá passar a investir na própria produção, apoiando diretamente as pequenas empresas brasileiras. Calçados, móveis com valor agregado, cosméticos, alimentos, bebidas, mel, algodão, cachaça, são produtos que podem ser bem vendidos no exterior.

Para este ano, está prevista a aplicação de R$ 130 milhões no desenvolvimento de empresas, no trabalho de organização da vocação produtiva em cada estado da federação. A promoção comercial da Apex no exterior já está sendo feita em 130 países, com o apoio de consultorias para mostrar as oportunidades de negócios.

A desburocratização para a criação e funcionamento das micro e pequenas empresas é um objetivo importante, destacado pelo presidente do Sebrae Silvano Giani, na reforma tributária. A propósito o órgão está concluindo anteprojeto de lei complementar que será apresentado no próximo mês.

Ele defende que o governo, ao se decidir pela simplificação da vida das empresas, procure criar uma diferenciação delas em relação às grandes do mercado. Hoje a legislação é igual para todas e a manutenção do mesmo grau de exigências inibe a atividade produtiva dos pequenos empresários. Enquanto a legislação não muda, o Sebrae e a Apex realizam o seu trabalho, cada um dentro da sua área, sendo que as empresas contam paralelamente com o apoio de crédito de bancos de Desenvolvimento, como o Banco do Brasil, conforme lembrou Giani. (Fonte: Agência Brasil)