Mercado

Se preços estiverem compensadores, agricultor fecha o negócio

O produtor Rogério Zanete Sachetti, da Agropecuária Sachetti, com áreas de soja, milho e algodão em Rondonópolis (MT), está colhendo a safra de soja e já começou o planejamento do próximo plantio para realizar os investimentos necessários. A idéia é só fazer a reposição das máquinas, afirma ele, que vai aproveitar a Agrishow Cerrado para decidir ou não pela compra. Ele adianta, porém, que vai precisar de plantadeiras e de caminhões para o transporte da safra. Vou verificar os preços e as condições. Se compensarem, compro.

Sachetti tem quatro aviões agrícolas e está na lista de espera da Indústria Aeronáutica Neiva, subsidiária da Embraer em Botucatu (SP), para converter a álcool três dos seus aviões a gasolina. Considerando o preço da gasolina para aviação, atualmente cotado em R$ 3,90 o litro, e o preço do litro de álcool nos postos em Mato Grosso em R$ 1,60 o litro, ele calcula que pode reduzir o custo de hora/vôo em mais de 40%. A economia pode ser maior se o produtor comprar o álcool direto na usina, onde o produto pode ser negociado por volta de R$ 1 o litro, diz.

O gerente comercial da Neiva, Luiz Fabiano Zacarelli, afirma que a empresa já tem de mais de cem pedidos de conversões de aviões a gasolina para álcool. Cada uma custa cerca de R$ 70 mil.

A Neiva está aproveitando a Agrishow Cerrado para fazer a entrega oficial do primeiro avião Embraer Ipanema a álcool ao empresário Pedro Paulo Formehl, da aviação agrícola Agrifor, de Sorriso (MT). Formehl recebeu o modelo em março deste ano, para fazer apresentação do equipamento no País, afirma Zacarelli.

O modelo a álcool custa R$ 700 mil e consome 90 litros de álcool/hora-vôo, ante R$ 650 mil a gasolina, e consumo de 70 litros/hora de vôo. Dá uma economia de R$ 60 mil a R$ 70 mil por safra, considerando que o avião voa 500 horas por safra, calcula. ? B.M.