Mercado

Sauditas criticam subsídio à produção

Detentora da maior reserva de petróleo do mundo, a Arábia Saudita admite: o mundo precisará do etanol nos próximos anos para garantir o abastecimento de energia e tirar a pressão sobre os produtores de petróleo para que dêem garantias de abastecimento.

Autoridades sauditas, porém, deixam claro que estão preocupadas com os impactos dos subsídios dados pelos americanos e europeus ao setor.

Em entrevista ao Estado, o vice-presidente do Banco Central da Arábia Saudita, Mohamed Al-Jasser, afirmou que o País teme que o apoio dado para a produção de milho e outros produtos possa distorcer o mercado global. Distorções nunca são boas, muito menos quando se trata de alimentos e energia, afirmou.

Nos Estados Unidos, o governo destina recursos à produção de milho e o governo do Canadá já ameaça levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC). Além disso, têm altas tarifas de importação, que impedem a concorrência no mercado local. Os europeus estão no início de sua estratégia para a adoção do etanol até 2020. Bruxelas não prevê corte de tarifas de importação e deve criar um selo ambiental para permitir que o etanol de outras regiões entre em seu mercado.

Vimos no passado que, todas as vezes que um governo apoiou financeiramente outra fonte de energia, um efeito foi sentido no mercado e principalmente no petróleo, afirmou Al-Jasser.

Os sauditas, porém, não escondem que uma maior produção de etanol terá também efeitos positivos. Todos sabem que não haverá oferta de petróleo para a demanda que nos será exigida nos próximos anos, principalmente diante da demanda de países emergentes. O etanol, terá um papel fundamental e pode ser uma válvula de escape para a pressão.