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São Paulo também sofreu com a doença

Em São Paulo, não há plantio de soja de inverno sob pivôs. Mas a soja safrinha (plantada em dezembro e colhida em junho) também perde área em razão do surgimento precoce da ferrugem. O plantio de soja safrinha vem diminuindo nos últimos três anos, diz o agrônomo da Casa da Agricultura de Itapeva, Vandir Daniel da Silva.

A região de Itapeva é uma das principais produtoras de soja do Estado, com 50 mil hectares, e responsável por 10 mil hectares de soja na safrinha. Conforme Silva, este ano a pressão da ferrugem foi a maior desde o surgimento da doença e os produtores fizeram, em média, quatro aplicações de fungicida.

O agrônomo acredita que um descanso de 90 dias pode reduzir a pressão da doença na próxima safra. Ele estima também que, para a próxima safra, muitos produtores devem arriscar o plantio de variedades precoces de soja, começando já no fim de setembro. Quanto mais tarde o produtor plantar a soja, maior a pressão da ferrugem. Depois de duas safrinhas de soja, este ano o produtor Djalma Zambianco, de Itapeva, optou pelo milho. Na safra de soja deste ano, péssima, segundo ele, fez cinco aplicações de fungicida. E mesmo assim não resolveu, afirma. A doença entrou cedo e com intensidade.

Cheguei a fazer aplicação com intervalo de apenas seis dias. Com a redução do plantio de soja, produtores da região optaram por culturas de inverno, como trigo, triticale e aveia. O que não ajuda são os preços. O trigo, em R$ 18 a saca, está dando prejuízo de R$ 300/hectare, diz Silva. Este ano, Zambianco optou pelo plantio de milho. Outra alternativa é o arrendamento para usinas canavieiras. Em sua propriedade, já são 120 hectares arrendados. Com a cana, recebo R$ 350/hectare. Com a soja no preço atual, de R$ 23 a saca, e com a produtividade de 30 sacas por hectare, tive prejuízo de R$ 650/hectare.