Apesar de as empresas não terem confirmado, Louis Dreyfus Commodities (LDC)assinou na última sexta-feira um acordo de exclusividade na negociação de compra da Santaelisa Vale, a segunda maior usina sucroalcooleira do País.
O acordo tem prazo de dez dias e, portanto, vence no dia 30 de março. Mas, segundo fontes ligadas às negociações, a proposta da empresa francesa é a melhor, surpreendendo o mercado que apostava que a parceria da São Martinho com a GP Investiments é que levaria a Santaelisa.
“A proposta que a São Martinho fez não foi das melhores. Por isso, ficou de fora”, disse uma fonte próximas da negociação, que tinha outras sete concorrentes. Ontem, havia rumores de que o processo de compra já tinha sido até concluído, mas também não houve confirmação pelas empresas. Apesar disso, uma fonte da família Biagi, que controla a Santaelisa, afirmou que será a LDC que fechará o negócio.
A Santaelisa Vale processou na última safra cerca de 25 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e possui 72% de participação na trading Crystalsev. Já a LDC possui oito usinas de açúcar e álcool no Brasil. Entrou no setor em 2000 com a compra de uma usina em Leme (SP), aumentando sua participação com a aquisição de usinas em São Carlos (SP) e em Minas Gerais.
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Em 2007, comprou cinco usinas do grupo Tavares de Melo, tornando-se uma das maiores do setor, com moagem de cerca de 15 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Se comprar a Santaelisa Vale, a multinacional vai somar uma moagem de 40 milhões de toneladas.
Nos bastidores, há uma certa frustração de com a apatia da Petrobras, que anunciou recentemente que tem interesse em participar da consolidação que ocorre neste momento no setor sucroalcooleiro com a compra de participação em usinas em dificuldades financeiras.
“Mas, até agora, não houve nenhuma movimentação concreta da Petrobras. Não foi feita, por exemplo, nenhuma proposta à Santaelisa”, constata uma fonte do setor. Há rumores de que a Shell tem negociações mais avançadas com usinas. (Fabiana Batista)
