A Santelisa Vale propôs às instituições financeiras transformar em torno de R$ 1,2 bilhão, ou 40% de sua dívida de R$ 3 bilhões, em equity, ou seja, uma fatia na participação acionária que os bancos poderiam negociar após um acordo de renegociação. Pela proposta, a dívida restante, de R$ 1,8 bilhão, seria paga em oito anos, com carência de três anos, pelos atuais acionistas, ou por quem vier comprar a fatia deles na companhia, de acordo com o relato de fontes à Agência Estado.
Ainda não está definido quanto os 40% da dívida corresponderia da participação acionária da empresa, que é a segunda maior produtora de açúcar e álcool do País, mas é certo que ela seria minoritária. O acordo com os bancos teria sido bem aceito pelos grandes credores, como Bradesco, Itaú/Unibanco e HSBC, mas enfrenta resistência das pequenas instituições financeiras, entre elas, o banco Daycoval.
No final do ano passado, o banco teve negado pela Justiça o pedido de arresto de cargas de açúcar da Santelisa Vale como garantia de uma dívida cujo valor seria de R$ 36 milhões. O Daycoval entrou com um novo pedido, que ainda aguarda julgamento Por meio da assessoria de imprensa, o banco informou que não pode prestar informação sobre processos judiciais envolvendo clientes.
O acordo com os bancos deve coincidir com o recebimento, por parte dos acionistas da Santelisa Vale, das possíveis propostas de aquisição da companhia. Conforme a Agência Estado revelou anteontem, os grupos contatados pela própria empresa devem fazer suas propostas até o final de fevereiro e a previsão é que até a metade de março a venda possa ser finalizada. Um nome que vem surgindo com força como provável comprador é a ETH Bioenergia.
A Santelisa Vale já teria acertado ainda, informalmente, o acordo de um novo aporte de capital no valor de R$ 500 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que, no entanto, será liberado apenas quando a sucroalcooleira definir seu futuro.