A antiga Usina Santa Lydia, de Ribeirão Preto, vai a leilão hoje em Cravinhos. O leilão foi confirmado ontem pela Justiça do Trabalho e acontece na Câmara Municipal de Cravinhos a partir das 14h. O valor estabelecido no edital é de R$ 30,7 milhões.
A usina, que já esteve entre as 50 maiores do país, vai a leilão para o pagamento de dívidas trabalhistas, que envolvem, além da própria Santa Lydia, a usina Nova União S/A e a Santa Maria Agrícola, as duas em Serrana. Todas as empresas pertencem ao grupo Econômico.
Na vara trabalhista de Cravinhos correm cerca de 2 mil processos contra as duas empresas.
Fazenda
Além da área da Usina, onde há instalações para produção de açúcar e álcool e que foi avaliada pelos peritos da Justiça do Trabalho em R$ 9,81 milhões, também há galpões para depósito de açúcar e tanques com cerca de 10 milhões de litros de etanol.
Será vendido também uma fazenda com 161,68 alqueires, avaliada em R$ 7,791 milhões, além de R$ 421 mil em cana plantada.
O vencedor também vai levar um contrato de arrendamento de R$ 12,679 que vai até 2023, com a PIE-RP Termoelétrica S/A, que utiliza parte das instalações industriais para produção de energia elétrica.
Procura
Apesar de não poder revelar os nomes dos clientes, a Confiança Leilão, empresa responsável pela venda da usina Santa Lydia, informou que a procura por informações sobre a empresa foi grande.
A maior parte dos interessados são grupos e pessoas do estado de São Paulo, entretanto, a empresa informou que houve interessados de outros estados.
As pessoas ou empresas interessadas em participar do leilão, não precisam se cadastrar antes, basta apenas o interessado comparecer na hora do leilão.
Sindicatos estarão no leilão
Representantes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Cravinhos e de Alimentação de Ribeirão Preto deverão acompanhar o leilão de hoje da Usina Santa Lydia.
Os dois sindicatos são os que possuem o maior número de ações de trabalhadores. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Cravinhos, José Vicente da Silva, há trabalhadores esperando há 10 anos para receberem ações contra as usinas.
“Nós vamos acompanhar para ter certeza de onde vai o dinheiro e que os trabalhadores vão receber”, explicou Silva.
O Sindicato de Alimentação de Ribeirão Preto também vai enviar o advogado para acompanhar o leilão.
Os dois sindicatos têm a expectativa de que a venda resolva o problema das ações.