Com cerca de 200 mil habitantes, Santa Bárbara D”Oeste, SP, conta com três setores econômicos que considera primordiais para o desenvolvimento regional: têxtil, o metalomecânico e o sucroalcooleiro. Já há na cidade três distritos industriais e a expectativa é que, até o final do primeiro semestre deste ano, mais três sejam finalizados para acolher empresas.
Para tanto, o município conta com um incentivo particular e, de acordo com o prefeito José Maria de Araújo Junior (PSDB), “bastante arrojado”: a prefeitura se disponibiliza a devolver até 50% do investimento que o empresário fizer na cidade.
“Nós temos recém-aprovado uma lei de incentivo, que é muito arrojada e tem provocado muito interesse. Qualquer empresa que for se instalar ou ampliar suas instalações pode se inscrever no programa de incentivo.
Assim, tudo que ela investir – mesmo que ela faça novos galpões – deve ser relatado e, a partir do momento que essa empresa começar a contribuir com algo que seja acrescido ao município, nós devolvemos ao investidor 50% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) que ele adicionou à cidade, o recurso que ele gerou ao município”, explicou Araújo Júnior.
Embora tucano, o prefeito compara ainda a sua aceitação junto à população como semelhante a do presidente Lula. Confira, a seguir, alguns trechos da entrevista exclusiva concedida ao DCI.
DCI – Qual é o perfil econômico da cidade?
José Maria de Araújo Junior (AJ) – Há três atividades que consideramos principais: têxtil, o metal mecânico e o sucroalcooleiro. Temos uma usina de açúcar aqui, a Usina Furlan e o setor metalomecânico é importante pela longa tradição. Há muitas indústrias como a Rome – que fabrica tornos de alta precisão – e as injetoras de plástico e com controle numérico e tecnologia avançada na área de fundição. Essa área está em franca expansão. Nosso comércio é de qualidade razoável, porque como estamos próximos de grandes centros como Americana, Campinas e Piracicaba, sofremos concorrência no setor. O turismo é pouco desenvolvido, nosso forte é turismo de negócios, são as ações comerciais que atraem, não temos muita vocação turística.
DCI – Qual foi a evolução do orçamento 2007/2008?
AJ – De 2007 para 2008, de cerca de 17% de aumento, prevemos R$ 260 milhões para este ano.
DCI – Há pólo industrial na região?
AJ – Temos três distritos industriais, mais um loteamento recentemente aprovado e mais dois em fase de aprovação, já aprovados na Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). Acredito que tenhamos resolvido isso já no primeiro semestre.
DCI – Quantas empresas já estão instaladas na cidade?
AJ – Nesses distritos antigos tem cerca de 700. Os novos devem trazer mais umas 400 empresas.
DCI – O que está sendo feito para atrair empresas? Há leis municipais de incentivos?
AJ – Nós temos recém aprovado uma lei de incentivo, que é muito arrojada e tem provocado muito interesse. Qualquer empresa que for se instalar ou ampliar suas instalações aqui pode se inscrever no programa de incentivo. Assim, tudo que ela investir, mesmo que ela faça novos galpões, deve ser relatado no que se referir a investimento e, a partir do momento que essa empresa começar a contribuir com algo que seja acrescido ao município, nós devolvemos ao investidor 50% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) que ele adicionou à cidade, o recurso que ele gerou. Os recursos entram e nós fazemos o balanço de quanto ela proporcionou ao município. E for uma empresa de alta tecnologia, ela ganha mais 5% de ressarcimento, totalizando 55% na devolução. Além disso, nós temos excelentes condições para abrigar empresas. Temos água bruta e tratada — as empresas têxteis preferem a bruta –, temos gás como alternativa de combustível, acesso á Bandeirantes, dentre outras vantagens.
DCI – Há alguma política de incentivo às pequenas empresas?
AJ – Na verdade, elas se utilizam desse programa de incentivo, da mesma maneira que as grandes. A lei contempla as empresas novas e as já instaladas na cidade.
DCI – Há empresas novas se instalando no município? Quais? E os prazos para se instalarem e investirem?
AJ – Tem, mas não autoriza a divulgação. Há duas comprando área. Uma de automação que veio de Americana e uma têxtil que veio de São Paulo. Há uma série de outras empresas. (Camila Brunelli)