Safra no Nordeste demonstra retomada do crescimento

Na região Nordeste, onde nas Capitanias de Pernambuco e Bahia os engenhos de açúcar se multiplicaram rapidamente no período da colonização, as 75 usinas e destilarias estão com mais da metade da safra 2.003/04, com a estimativa de moagem de 53 milhões de toneladas de cana para a produção de 1,5 bilhão de litros de álcool e 3,88 milhões de toneladas de açúcar. As unidades produtoras devem confirmar um aumento médio de 6% na produção de cana em relação à safra anterior e de 3,5% tanto no caso do álcool como do açúcar, também médio. O otimismo não está apenas no melhor desempenho agrícola e industrial.

No berço da agroindústria canavieira brasileira os negócios externos também ajudam a consolidar a importância econômica de um setor que emprega 1,2 milhão de trabalhadores em todo o País, dos quais 280 mil no Nordeste. De cada cinco quilos de açúcar consumidos na Rússia, pelo menos um quilo sai das usinas de Alagoas, maior produtor da região, onde a previsão de embarques para a safra em andamento é de 1,33 milhão de tonelada de açúcar (produção de 2,1 milhões de toneladas) e mais de 200 milhões de litros de álcool (produção de 570 milhões de litros), segundo estimativa da Coopertrading, que trata dos negócios externos da Cooperativa dos Produtores e Açúcar e Álcool de Alagoas, e reúne os interesses não só das unidades cooperadas, como também outras que se interessam em realizar exportações.

Em Pernambuco, segundo maior produtor do Nordeste, O volume de exportações de açúcar no Porto do Recife devem confirmar na safra 2.003/04 negócios externos para 650 mil toneladas de açúcar, praticamente a metade de toda a produção e quase 10% maior em relação à safra anterior. Para o presidente do Sindaçúcar/PE (Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool de Pernambuco), Renato Cunha, “os negócios externos permitem financiar o setor através de pré-pagamentos diante da ausência de financiamento à produção”.