As exportações do agronegócio brasileiro geraram uma receita de US$ 85 bilhões no ano passado, 4% menos que em 2015, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) compilados pelo Ministério da Agricultura. Com esse resultado, a fatia do setor nas exportações totais do país caiu para 45,9% em 2016 ante 46,2% no ano anterior.
Os números mostram outro dado negativo. As importações brasileiras do agronegócio cresceram 4,2% em 2016, para US$ 13,6 bilhões, o que levou a um saldo de US$ 71,307 bilhões, 5,11% inferior ao superávit registrado em 2015.
O diretor de Acesso a Mercados e Competitividade do Ministério da Agricultura, João Rossi, observou que o setor até se beneficiou de uma alta nas exportações no primeiro semestre de 2016, impulsionado pelo câmbio favorável. Mas as quebras nas colheitas de milho e soja no ciclo 2015/16 – que reduziram sobretudo a oferta do cereal no mercado – afetaram o resultado da balança agropecuária no segundo semestre, comprometendo parte dos ganhos obtidos nos primeiros seis meses. “Mas não dá para dizer que essa é uma tendência. Em 2017 vamos recuperar as exportações”, disse.
Em 2016, a China foi o destino de 24,5% das exportações do agronegócio brasileiro. A fatia subiu em relação ao ano anterior, quando o país asiático respondeu por 24,1% das vendas do agronegócio nacional.
Considerando apenas o último mês de 2016, a queda na receita com as exportações foi ainda maior, de 11%, para US$ 6,1 bilhões, segundo o ministério. Já as compras de produtos agrícolas no exterior cresceram 52% na comparação com o mesmo intervalo de 2016, para US$ 1,3 bilhão. Com o resultado, o saldo no mês ficou em US$ 4,7 bilhões, com queda de 20% sobre dezembro de 2015.
“Um dos principais motivos que explicam a queda das exportações em dezembro foi a redução das vendas externas de milho. O volume embarcado foi de 1 milhão de toneladas, menor volume dos últimos cinco anos”, destacou a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do ministério em nota. Os embarques do cereal caíram 83,4%, de US$ 1,04 bilhão em dezembro de 2015 para US$ 172 milhões no mesmo mês de 2016.
As vendas do “complexo soja” (inclui grão, farelo e óleo) continuaram caindo em dezembro e totalizaram US$ 704 milhões, 10% a menos que o visto no mesmo intervalo do ano anterior.
As exportações de carnes também diminuíram em dezembro, confirmando tendência vista praticamente durante todo o ano. No mês, as vendas externas caíram 5,4% para US$ 1,1 bilhão. Enquanto as receitas externas da carne bovina recuaram 16% para US$ 440 milhões, as de carne de frango diminuíram 5%, para US$ 567 milhões. A única exceção foi a carne suína, cujas exportações cresceram 33% para US$ 108 milhões.
Outro produto bastante exportado pelo Brasil que amargou queda em dezembro foi o café. A receita com as vendas externas do grão recuou 20% sobre igual mês de 2015, para US$ 601 milhões.
Já os embarques de açúcar e etanol confirmaram a sequência de altas ao longo de 2016 e fecharam dezembro com expansão de 20%, para US$ 1,15 bilhão. Só as vendas de açúcar subiram 33%, para US$ 1,11 bilhão no mês passado.