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Safra em Alagoas chega ao fim

A moagem da safra de cana-de-açúcar vai até o dia 10 de abril, mas em Alagoas a expectativa do setor é que os trabalhos nas usinas sejam concluídos um pouco antes, próximo do fim do mês de março. Mesmo sem a moagem estar concluída, as primeiras projeções para a safra 2010/2011 são otimistas: até o fim do mês passado, as usinas alagoanas já tinham esmagado 24,8 milhões de toneladas de cana.

A expectativa é de que a safra atinja 27,5 milhões de toneladas quando for concluída. Isso significa um crescimento em torno de 15% em relação à safra anterior, quando foram esmagadas 23,4 milhões de toneladas de cana. Mas, até chegar a números tão robustos, o setor sucroalcooleiro precisou contornar um problema que se arrastou durante boa parte da colheita e moagem da safra: a escassez de mão de obra.

Máquina supre falta de mão de obra

Como a legislação ambiental impõe a redução da queima da cana para colheita, já há um movimento do setor no sentido de aumentar a mecanização para realizar o trabalho. Na safra 2010/2011, a mecanização ocorreu em boa parte das usinas alagoanas não para substituir a mão de obra, mas para complementar essa mão de obra que agora está carente no setor.

“Esse processo de mecanização não trará nenhum trauma social, não trará desemprego. Ele vem hoje justamente para suprir essa lacuna da inexistência de pessoal”, explica José Ribeiro Toledo. “Na zona Sul do Estado, pegando de Rio Largo em direção ao São Francisco, nós temos possibilidade de 70% de mecanização. As empresas já estão num processo avançado de aquisição de máquinas e colheitadeiras de cana”, completa.

Investimentos em irrigação chegam a R$ 30 milhões

Os custos desta safra foram mais ou menos 10% m aiores em comparação com a safra passada, ainda segundo dados levantados pela Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool.

Os custos maiores são com a mão de obra e os investimentos, que este ano chegaram a R$ 30 milhões na irrigação, de acordo com os números do Sindaçúcar.

“Nós tivemos um investimento forte em irrigação três anos atrás, mas as empresas estão se organizando para ampliar mais esses investimentos”, destaca Ribeiro Toledo.

O presidente do Sindaçúcar lembra que na safra passada houve um faturamento bruto estimado de R$ 2,5 bilhões.

“E nós prevemos, em decorrência do aumento da produtividade e melhoria dos preços de mercado, fundamentalmente para o açúcar, que atingiremos algo em torno de R$ 3 bilhões nesta atual safra”, calcula Pedro Robério.