A safra de cana-de-açúcar 2002/03 vai terminar mais cedo em Alagoas e será pelo menos 6% menor do que a previsão inicial. A estimativa atualizada do Sindaçúcar (Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool) é de uma colheita de 23,5 milhões de toneladas ante uma expectativa inicial de 25 milhões de toneladas. As perdas agrícolas são atribuídas principalmente à estiagem verificada na zona canavieira alagoana desde o início da moagem, em setembro.
A maioria das usinas, aponta o presidente do Sindaçúcar, Jorge Toledo, vai encerar a moagem até o final de fevereiro. A quebra na produção, pelo menos por enquanto, não representará perda na fabricação de açúcar e álcool. “A média de ATR na cana está bem maior do que na safra anterior, o que compensa a redução na safra agrícola”, ponderou Jorge Toledo. A ATR (açucares totais recuperáveis) é uma unidade de medida que representa quanto a planta tem de açúcar possível de extração e tem ficado, na média das usinas em 131 kg por tonelada de cana.
O maior problema da seca, hoje, avalia Jorge Toledo., é a formação da próxima safra. ” A cana é uma cultura que tem ciclos de cinco anos ou mais, com colheita e rebrota anual. Com o tempo muito seco, a planta cortada agora, terá dificuldade para se desenvolver e portanto deverá ter uma menor produção na próxima safra”, explica, acrescentando que a safra 2003/04 deverá ser “razoável e, se as condições favorecer, no máximo vai repetir a produção deste ano”.(Gazeta de Alagoas)