A União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) já tem a safra 2006/07 praticamente fechada. Na chamada região Centro-Sul–que reúne as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul–, a colheita foi 90% totalizada. O crescimento até 1º de novembro, em relação ao mesmo período do ano anterior, foi de 9,3%, ou seja, 334,81 milhões de toneladas colhidas até o começo deste mês contra 306,22 milhões de toneladas colhidas no ano passado. A Unica prevê que fechará o ano com 370 milhões de toneladas colhidas.
O crescimento anual anterior havia ficado em 2,5%. Neste ano, o salto de produtividade se deve as condições climáticas, que foram perfeitas para o setor: choveu bastante na época do plantio e houve períodos importantes de estiagem durante o crescimento e colheita. Por isso, com ampliação de apenas 4% da área plantada, os canaviais terão uma produção quase 10% maior. Na região Centro-Sul, o setor movimentou cerca de R$ 40 bilhões na safra passada. O salto de produtividade na safra atual resultou em 10,5% de acréscimo no volume produzido de álcool e 17,2% no volume de açúcar. No caso do combustível, o crescimento foi quase todo em relação ao álcool hidratado, com 21,4% de acréscimo em relação ao volume produzido anteriormente. O crescimento na produção de álcool anidro foi de apenas 0,3%. O anidro é o álcool misturado à gasolina.
Outro ganho da safra 06/07 foi o aumento no teor de Açúcar Total Recuperável (ATR) na cana, que chegou a 148 Kg por tonelada, um volume 3,96% superior aos 142,37 Kg por tonelada conseguidos na safra 05/06. Isso ocorreu por cauda da maior concentração de açúcar na planta, provocada pela estiagem prolongada no período da colheita. O mix de produção da safra atual até agora tem a proporção de 50,3% de açúcar para 49,7% de álcool, em comparação com 48,8% de açúcar e 51,2% de álcool na safra passada. Apesar de contabilizar o Centro-Sul, a Unica atua em São Paulo e tem cerca de 90 associadas.
AVALIAÇÃO
Cenário favorece o setor sucroalcooleiro
O cenário atual do agronegócio brasileiro é favorável ao setor sucroalcooleiro. O aumento do anidro na gasolina C no Brasil, adoção da mistura de álcool à gasolina em vários países, liderança nas exportações do agronegócio, alta nas bolsas de Chicago (CBOT) e na BM&F e aumento das vendas de veículos flex-fuel são alguns exemplos.
Em outubro, os embarques de álcool quase duplicaram – de 285,5 milhões de litros para 544,8 milhões – e as receitas triplicaram, atingindo US$ 276 milhões, segundo a Secex.
O desempenho positivo do setor foi resultado de preços e volumes maiores, segundo o Cepea, da Esalq/USP.