Safra 2024/25: apesar da seca, Usina Coaf supera moagem em 10%

Mesmo enfrentando um longo período de estiagem, a Usina Coaf, localizada em Timbaúba (PE), encerrou a safra 2024/2025 com um resultado positivo.

A usina da Cooperativa Coaf moeu 880 mil toneladas de cana, um crescimento de 10% em relação à safra anterior, que havia fechado com 800 mil toneladas.

O volume, porém, ficou abaixo da previsão inicial de 950 mil toneladas, devido à seca prolongada que atingiu a região desde setembro.

Apesar da estiagem, a safra foi beneficiada pela elevada ATR (Açúcar Total Recuperável) da cana, que possibilitou uma maior extração de açúcar e etanol. Como resultado, a Coaf produziu:

  • 1,2 milhão de sacos de açúcar (50 kg cada)
  • 16,1 milhões de litros de etanol
  • 26 milhões de litros de aguardente

A safra, que teve início em agosto de 2024, empregou 4,5 mil profissionais no campo e na indústria.

Outro ponto positivo foi a eficiência na moagem, que foi 12,05% mais rápida em comparação com a safra anterior.

Seca prejudicou a socaria da Usina Coaf

Embora o volume moído tenha sido maior, os produtores enfrentaram perdas significativas na socaria – parte da cana que brota após o corte.

A estiagem entre setembro e dezembro afetou a brotação, resultando na morte precoce de áreas de canavial, o que impactará a safra seguinte.

“A seca foi muito dura, e a chuva só chegou no final de dezembro. Isso impactou a socaria, e vamos precisar de mais investimentos para renovar os canaviais”, afirmou Alexandre Andrade Lima, presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP) e diretor da Usina Coaf.

Produtores se reúnem em busca de alternativas

Lima informou que no próximo dia 5 de fevereiro, a AFCP, junto com outras entidades do setor, participará de uma reunião da União Nordestina de Produtores de Cana (Unida), para discutir estratégias de mobilização e buscar apoio governamental, para minimizar os prejuízos.

A safra 2025/2026 começará em agosto, e o desempenho dependerá das chuvas nos próximos meses.

“Se o inverno for favorável, os canaviais que sobreviveram poderão se recuperar. No entanto, as áreas perdidas precisarão ser replantadas, aumentando os custos para os produtores”, avalia Lima.

Joacir Gonçalves

Repórter

Jornalista profissional com mais de 35 anos de experiência

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