O Grupo Especial de Fiscalização Móvel da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás resgatou 421 trabalhadores encontrados em situação degradante, no município de Quirinópolis, a 234 quilômetros da capital.
A maioria era proveniente dos Estados do Maranhão e de Minas Gerais, mas havia também trabalhadores do Ceará, Sergipe e Alagoas. Eles atuavam no plantio e no corte da cana-de-açúcar, em lavouras da empresa Agro-Pecuária Campo Alto.
Segundo informou o auditor fiscal do trabalho Welton José Luiz de Oliveira, coordenador da operação, embora os trabalhadores tivessem carteira de trabalho assinada, foram recrutados por “gatos” e transportados irregularmente – antes do registro em carteira e sem a certidão deliberatória do Ministério do Trabalho e Emprego – além de estarem alojados em condições precárias.
“Os alojamentos destinados aos trabalhadores ficam na cidade de Gouvelândia, vizinha a Quirinópolis, e abrigavam número excessivo de pessoas em espaços muito pequenos”, disse o auditor.
Welton José informou ainda que muitos trabalhadores dormiam em bares, que foram adaptados como alojamentos. “Os alojamentos adaptados não tinham janelas e os trabalhadores ficavam totalmente fechados e sem ventilação à noite”, revelou Oliveira.
O grupo foi contratado pela empresa em épocas variadas, a maioria no período entre novembro de 2007 e fevereiro deste ano. Todos os 421 trabalhadores foram encaminhados às suas cidades de origem.
Outros 100 trabalhadores que se encontravam nas mesmas situações preferiram permanecer no emprego, para os quais a empresa assumiu compromisso junto à Auditoria Fiscal do Trabalho do MTE de regularizar as condições de habitação nos alojamentos até dia 29 deste mês.