A demandaenergética mundial, que deverá aumentar 55% nos próximos30 anos, transformará o Brasil em líder na produçãoe comercialização de etanol. A projeção foifeita pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, na abertura do22º Seminário da Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto(Cooplantio), ontem, em Gramado. O evento vai até amanhã. O país tem terra disponível, tecnologia e mão-de-obrapreparada para isso. E o Rio Grande do Sul tem boas condiçõesde usufruir deste mercado, com a cana-de-açúcar, garantiu.
Conforme Rodrigues, que tambémé coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, o Brasil templantados 3,1 milhões de hectares de cana-de-açúcarpara etanol, mas se estima que o potencial deve passar para 22 milhõesde ha nos próximos 50 anos. A produção, que éde 6,8 mil litros/ha com a cana, poderá dobrar nos próximos15 anos. O que acontece é que não há mercado mundialdo etanol. Nenhum país vai querer consumir sem garantias, disse.
O ex-ministro destacou quea disponibilidade de terras motivará o país a tomar a liderançadeste mercado. Rodrigues ainda falou sobre a mudança do perfil doconsumo brasileiro com o aumento da longevidade da população.Até 2025, a produção de cereais terá de crescer41,5% e a de carnes, 42,2%, aponta.
Durante o evento, o presidenteda Cooplantio, Daltro Benvenuti, anunciou que, pela primeira vez, a cooperativanegociou a exportação direta da safra de soja. Das 61 miltoneladas, 15 mil t já estão acertadas para paísescomo Tailândia, Portugal, Suíça e Cingapura. Benvenuticonfirmou que a Cooplantio intensificará esforços para queos produtores tenham a produção rastreada e certificada.