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RS estuda aumentar a produção de cana

O Rio Grande do Sul, Estado caracterizado por um clima temperado, quer ampliar o cultivo de produtos tipicamente tropicais, como a cana-de-açúcar. Estudos estão sendo realizados pela Emater, empresa de extensão rural que presta serviços ao governo do Estado.

Atualmente, o Rio Grande do Sul destina 35 mil hectares à cana-de-açúcar, divididos em 25 mil hectares para alimentação animal e uso de propriedades, 8.000 hectares para produção de cachaças e doces e 2.000 hectares para o álcool. No Brasil, plantam-se 6,5 milhões de hectares de cana.

Além da cana-de-açúcar, a Emater também estuda o aumento da produção da semente de girassol, da mamona, da mandioca e da canola.

“”A demanda por parte dos agricultores é muito forte, para ter mais segurança, muito por causa das estiagens que atingiram o Estado nos últimos anos”, disse Alencar Rugeri, coordenador de Agroenergia da Emater. “A estabilidade da cana é muito grande. Além disso, outros produtos, como a soja, estão com preço muito baixo. Os produtores constataram que a cana é mais perene.”

“Todo mundo tem preconceito em relação à cana no Rio Grande do Sul, por termos clima temperado. Mas há áreas que se adaptam bem, como o litoral norte e a costa do rio Uruguai. Não sei a quanto chegaremos, mas as possibilidades são imensas, dependem apenas de termos usinas. O governo diminuiu a alíquota do ICMS de 17% para 12% para produtos de bioenergia”, afirmou Rugeri.

De acordo com o coordenador, produtores de soja já começam a trocá-la pela cana, especialmente em Porto Xavier, na fronteira com a Argentina.

Para detectar as melhores variedades e os melhores locais para cultivo, a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária começou neste ano a introduzir tipos cultivados em outros Estados e a observar o desenvolvimento dos já existentes no Rio Grande do Sul.

A Noroeste Energia, integrada por 60 sojicultores gaúchos, vai se instalar em São Luiz Gonzaga. Plantará 12 mil hectares de cana e produzirá 80 milhões de litros de álcool ao ano a partir de 2009. Hoje, a única usina gaúcha fica em Porto Xavier. Produz 6 milhões de toneladas de álcool/ano.