São Paulo, O ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, disse hoje durante o Ethanol Summit que encaminhou à Organização Internacional de Comércio (OMC) um pedido para se criar um capítulo especial sobre agroenergia nas regras de comercialização agrícola vigentes, até que seja definido à rodada de renegociação de Doha.
Segundo ele, é importante para o desenvolvimento do mercado de etanol que se tenha uma visão mais concreta sobre as normas de negociação global. Ele disse que, no momento, falta essa visão estratégica sobre o comércio mundial de agroenergia, mas que o Brasil está empenhado em eliminar estes obstáculos.
Rodrigues observou que o fato de o setor sucroalcooleiro ainda realizar queimadas pode ser utilizado como barreira para que o álcool entre em outros mercados. “Mas assim como as queimadas, também existem histórias de que a cana vai tomar conta das áreas agricultáveis e de que vai faltar alimentos. Quem diz isso são as indústrias que precisam de milho principalmente, e eles estão preocupados com a fatia deles neste mercado. Mas aos poucos esses mercados irão se ajustar e essas conversas irão sumir porque não existe a possibilidade de faltar alimentos por conta da cana”, garantiu.
Líder
Rodrigues também não acredita que a venda da tecnologia nacional de produção de etanol irá tirar o Brasil do papel de líder deste movimento. “O capital internacional é bem-vindo neste processo de desenvolvimento do setor, mas o domínio da tecnologia continuará sendo brasileiro”, afirmou.