Mercado

Rodrigues prevê fracasso reunião da OMC

A falta de consenso sobre o comércio agrícola deve levar ao fracasso as negociações da 5ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Cancún (México), de 10 a 14 de setembro deste ano. “Ou se avança na agricultura ou não se avança em nada”, diz o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, para quem o impasse em relação às três propostas de negociação apresentadas até agora já antecipa o insucesso da reunião de Cancún.

Segundo o ministro, como as negociações na OMC têm que ser feitas por consenso, lembrou o ministro, e como também há um sinal de que não haverá um acordo agrícola, as discussões sobre os demais temas também deverão sofrer prejuízos. A principal preocupação diz respeito às rejeições dos países-membros da entidade aos documentos apresentados pelos Estados Unidos e União Européia, Brasil e pelo presidente do conselho da OMC, o uruguaio Carlos Perez de Castillo.

O texto brasileiro, apoiado por outros 18 países, era uma alternativa ao acordo entre os EUA-UE, que exclui das discussões o acesso a mercados, os subsídios às exportações e os apoios internos aos agricultores. Para os países exportadores agrícolas, essas questões devem entrar nas negociações.

Esta semana o presidente do conselho da OMC apresentou uma terceira proposta, que foi rejeitada pelos países em desenvolvimento. Segundo o ministro, o texto de Castilho estava muito próximo dos termos da proposta de acordo entre o Mercosul e a União Européia. Rodrigues explica que o Brasil vai continuar insistindo na negociação e defendendo a sua proposta. Para o ministro, o fracasso nas negociações da OMC pode ter reflexos nos entendimentos para criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e até no acordo Mercosul-União Européia. “Os norte-americanos tiraram da discussão da Alca, por exemplo, a questão dos apoios internos aos agricultores, dizendo que só debateriam isso depois que o assunto fosse resolvido na OMC.

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