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Rio planeja dobrar área das lavouras de cana

A produção de cana-de-açúcar do estado do Rio poderá dobrar em quatro anos, caso o programa de incentivo à produção, o Rio Cana, seja implementado e alcance os resultados projetados. Por enquanto, essa política de estímulo à produção não saiu do papel, segundo usineiros locais. Faltam ainda mecanismos para que as empresas possam se habilitar a participar de projeto, afirmam.

O secretário da Agricultura fluminense, Christino Aureo, no entanto, está otimista. Segundo informou, a área destinada ao plantio de cana poderá passar dos atuais 118 mil hectares para 220 mil hectares nesse período, 86,4% mais que a atual. Com isso, a atividade no Rio voltaria à mesma dimensão de 30 anos atrás, quando a perda na eficiência, com a queda da produtividade, levou ao abandono das lavouras e à retração da produção de açúcar e de álcool na região.

Para participar do processo de crescimento explosivo da produção de açúcar e de álcool no País, o governo do Rio criou programa de incentivo ao plantio de cana que inclui corte nas taxas de juros ao pequeno agricultor e uma significativa renúncia fiscal. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o álcool produzido no Rio poderá cair de 26% para 2%. Para o corte no imposto, porém, são impostas condições, que incluem a geração de emprego e erradicação de mão-de-obra infantil. O compromisso é assumido formalmente, mediante o cadastramento na Receita estadual.

Para o secretário, será possível restabelecer o vigor do passado. Lembra que as condições do norte do estado do Rio são favoráveis ao cultivo da cana. A atração é a proximidade dos mercados. Aureo lembra que Campos está a 280 quilômetros da região metropolitana do Rio, com 15 milhões de habitantes, e a 260 quilômetros de Vitória.

Por conta da queda da produção de cana na região de Campos, o Rio passou a importar a maior parte do açúcar e do álcool que consome. Segundo dados oficiais, a produção local só atende a 12% da demanda local de álcool e 21% da de açúcar. A produção de cana fluminense é de apenas 16 milhões de toneladas. Cerca de 90% desse total é produzido por pequenos produtores.