A chuva voltou a cair na zona da mata Nordestina, mas os estragos provocados pela maior seca dos últimos 50 anos na região Nordeste ainda provocarão muito prejuízo na safra. Pelo último levantamento da Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento, a safra do Nordeste, vai ser 10% menor que a anterior. Pensando na maior resistência à seca da região, em 2013, a Ridesa fará o lançamento de seis novos clones, que apesar de serem personalizados para o Nordeste, poderão responder positivamente também em outras regiões com déficit hídrico acentuado no País. “Hoje a cana de primeiro corte com variedades adequadas e irrigação, chega a 120 toneladas por hectare, porém, as novas variedades podem alcançar 150 toneladas”, revela o professor Geraldo Veríssimo de Souza Barbosa, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e pesquisador do programa de melhoramento genético da Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético).
Ele explica que para elevar a produtividade no Nordeste é preciso ter irrigação e variedades tolerantes à seca e responsivas ao uso dessa irrigação. “Sem variedades tolerantes ao déficit hídrico, não é possível ganhar estabilidade na produção na região ou aumentar a produção dos canaviais“.
O grande desafio do setor sucroenergético no Nordeste é o crescimento vertical, porque a cultura não tem novas áreas para se expandir na região e o acesso a água é o grande limitador, afirma Veríssimo. “Mas para esse crescimento vertical, o desenvolvimento genético é ferramenta fundamental. Daí a importância dos programas específicos de melhoramento genético de cana para a realidade do Nordeste”, salienta o pesquisador.
.