Mercado

Retomada de chuvas gera corrida ao plantio de grãos

A retomada das chuvas provoca a corrida do plantio de grãos nas áreas

agrícolas de Ribeirão Preto e região. O estoque do Núcleo de Produção

de Sementes da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento em Ribeirão Preto,que no começo do mês mantinha três mil sacas de 20 quilos de sementes, ontem estava reduzida apenas à chamada estocagem de reserva.

“Começaram as chuvas e os agricultores agora correm para plantar”,

diz o engenheiro agrônomo Paulo César Guarnieri, diretor da unidade.

Em sua opinião, o milho dever perder em área plantada para a soja na

região de Ribeirão Preto. O motivo é o preço pago ao produtor, muito

mais atraente para a soja, que ontem tinha a saca cotada em R$ 41,

enquanto a saca do milho valia R$ 23.

Os técnicos do Núcleo de Produção de Sementes iniciaram levantamento

para checar o ritmo de plantio na região de Ribeirão Preto, a partir

de planilhas enviadas pelas Casas da Agricultura dos municípios. A

unidade distribuiu cerca de sete mil sacas de sementes de milho para

que as Casas fornecessem aos produtores rurais.

Até o começo de outubro, o agricultor mostrava-se relutante diante a

escassez hídrica, e preferiu evitar a aquisição e estocagem em sua

propriedade agrícola. Essa estratégia também decorre do fato de o

preço da saca estar estabilizado até meados do próximo ano.

Os técnicos da Secretaria da Agricultura avaliam o impacto do atraso

do plantio na próxima safra das águas, quando a colheita geralmente é

feita entre os meses de março a final de abril. A produtividade

histórica em Ribeirão Preto e região fica entre 80 a 85 sacas médias

de 60 quilos de milho.

Em épocas normais, a Unidade de Produção comercializa entre 10 a 12

mil sacas de sementes de milho, o que representa 8% da venda total de

sementes da Secretaria da Agricultura no estado de São Paulo.

Apesar do quadro, o cultivo de milho no interior paulista deve

totalizar área plantada de 752 mil hectares na safra de verão,

iniciada em outubro último e que prossegue até meados de março também

em Ribeirão Preto e região. O montante de hectares é mais 2,9% sobre

os 730,85 mil hectares da safra anterior e consolida o milho como

cultura que mais deve crescer em 2003.

No geral, a área plantada de grãos deverá crescer 2,71% (para 1,57

milhão de hectares) na safra de verão 2002/03 do estado, segundo

previsão de setembro do Instituto de Economia Agrícola – IEA-Apta –

feita com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) da

secretaria estadual de Agricultura e Abastecimento.

Depois do milho, a soja é a mais preferida dos agricultores

paulistas. Conforme o levantamento, deve chegar a 597,65 mil hectares

(5,17% acima dos 568,29 mil hectares da safra 2001/02). A previsão

para o arroz é de 37,99 mil hectares (mais 0,5% em relação à safra

passada). Já a área de feijão das águas deverá cair 7,98%, para 71,65

mil hectares, e a de algodão poderá retrair 1,64% (para 60,56 mil

hectares). A estimativa para área de amendoim é de diminuição de

3,61%, para 52,40 mil hectares.

Quanto aos números da safra agrícola 2001/02, confirmaram-se as

previsões anteriores de aumento da produção de laranja e de café.

Assim, a produção de laranja cresceu 14,6% (para 376,12 milhões de

caixas), devido à maior área (2,8%) e ao acréscimo de 10% na

produtividade. Já o café atingiu 4,67 milhões de sacas, basicamente

por causa do acréscimo de 50,4% na produtividade. No caso da cana-de-

açúcar para indústria, espera-se aumento de 6,9% na produção (para

215,7 milhões de toneladas), devido ao maior rendimento (3,8%) e área

(1,9%).

Os efeitos da estiagem nas culturas de laranja e cana-de-açúcar só

poderão ser avaliados no próximo levantamento de campo a ser feito em

meados deste mês. Os resultados finais da safrinha mostram decréscimo

de 16,97% na produção de milho (para 11,786 milhões de toneladas) e

aumento de 19,3% na produção de trigo (para 1 milhão de sacos) devido

à maior área (54,7%). Já a produção de soja safrinha atingiu 355,25

mil sacos (mais 24,61%), enquanto a de feijão de inverno fechou em

463,68 mil sacos (mais 5,46%).

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