A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) espera decidir ainda neste semestre sobre as restrições ao uso de gás liquefeito de petróleo (GLP) no Brasil. Atualmente, o combustível não pode ser usado em caldeiras, veículos automotores e no aquecimento de piscinas e saunas.
O diretor da ANP, Allan Kardec Duailibe, revelou que o parecer atualmente em análise pela procuradoria da agência é favorável ao fim das restrições ao uso do GLP, com exceção da proibição para utilização em veículos automotores.
Duailibi ressaltou que além de passar pela procuradoria, o parecer tem que ser aprovado pela diretoria e colocado em consulta pública.
” O indicativo é pela queda das restrições, com exceção dos automóveis, porque há necessidade de mais estudos ” , frisou.
A limitação do uso de GLP no país existe desde a época da Guerra do Golfo (1991) e f! oi motivada pela necessidade, à época, da importação de grandes volumes do produto, utilizado principalmente nas cozinhas das residências.
O fim das restrições pode ser favorecido pela tendência de que o Brasil atinja auto-suficiência em GLP até 2010. No ano passado, 18% do volume consumido no país foi importado. No total, foram comprados no exterior, 1,2 milhão de toneladas do produto, para um consumo nacional de 6,8 milhões de toneladas.
Este ano a expectativa é de que a entrada em produção da unidade de processamento de gás natural de Cacimba, inaugurada há duas semanas no Espírito Santo reduza em 700 mil toneladas anuais a importação de GLP. No final do ano está prevista a entrada em produção da Unidade de Processamento de Gás Natural de Urucu, no Amazonas, que contribuirá com 300 mil toneladas.
Para o presidente do Sindigás, Sergio Bandeira de Mello, o consumo de GLP no Brasil deve crescer 2,5% neste ano, apesar da crise e da queda de 20% no consumo in! dustrial do produto no primeiro bimestre. Ele lembrou que o consumo industrial representa apenas 10% da venda de GLP no país.
” A queda no uso da indústria é resultante da crise, mas a maior parte do consumo vem dos setores residencial e comercial ” , ressaltou Bandeira de Mello.