A Renuka do Brasil espera receber um aporte de R$ 185 milhões de sua controladora indiana, a Shree Renuka Sugars, para dar liquidez ao seu caixa no curto prazo. O aporte servirá de garantia para uma injeção de R$ 100 milhões dos bancos credores. A informação é do novo presidente da Renuka do Brasil, Paulo Zanetti, que assumiu o cargo ontem.
Ele vai acumular a nova função com a presidência da Renuka Vale do Ivaí. As duas empresas são controladas pela indiana Shree Renuka Sugars, do magnata Narendra Murkumbi.
Zanetti explica que o aporte de R$ 185 milhões será realizado em junho e tem como objetivo sanar as dívidas de curto prazo. A entrada dos recursos também é uma garantia exigida pelos bancos credores da Renuka, liderados pelo Itaú, para que eles também façam uma injeção de R$ 100 milhões na empresa.
“As chuvas impediram a moagem de 500 mil toneladas desde o início da safra e deixamos de produzir açúcar e etanol para vender”, disse. Como a receita das usinas vem da venda desses produtos, a Renuka do Brasil se viu em dificuldades e deixou de pagar os fornecedores de cana.
Depois de 30 dias de atraso no pagamento, Zanetti se reuniu com os fornecedores e apresentou um plano para quitar a dívida. Segundo o executivo, ela será paga em parcelas semanais até 30 de junho. Ele informou também que fará reuniões semanais com os fornecedores para ajustar o pagamento. “Assim que os recursos forem entrando, iremos acelerar a quitação das dívidas. Queremos acertar a situação o mais rápido possível.”
Tanto os R$ 185 milhões a serem investidos pela matriz como os R$ 100 milhões que serão colocados pelos bancos se concentrarão na Renuka do Brasil, formada pelas duas usinas adquiridas pelo grupo indiano da Equipav. Na Renuka do Brasil, a Shree Renuka possui uma participação de 50,79% e o restante está nas mãos dos antigos donos das usinas. Zanetti afirma que, como o novo aporte não terá a participação dos minoritários, a participação dos indianos deverá aumentar no controle.
Retomada. Enquanto os R$ 185 milhões serão utilizados como fluxo de caixa, os R$ 100 milhões dos bancos serão investidos no plantio de cana para retomar o crescimento do processamento da empresa. A expectativa é de que a moagem da Renuka do Brasil atinja 7,1 milhões de toneladas na atual safra. A capacidade instalada das duas usinas -Equipav e Revati- é de 10,5 milhões de toneladas. O aporte de recursos dará segurança para a empresa nos próximos dois anos, disse Zanetti. O grupo indiano deve cerca de R$ 1,3 bilhão.