Rentabilidade do setor sucroalcooleiro estará melhor na safra 2011/2012, mostra estudo realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). Aumento dos preços recebidos pelo produtor e ganhos de produtividade foram apontados como os principais influenciadores da melhoria dos resultados econômicos. Desempenho favorável foi identificado no comparativo entre as safras 10/11 e 07/08, se mantendo para o ciclo 11/12.
Denominada área de expansão, a região onde o cultivo da cana-de-açúcar é mais recente, envolvendo os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Oeste de São Paulo, foi apontada como aquela onde os resultados econômicos são mais atrativos, com tendência de queda do Custo Total (CT) e de alta dos preços pagos aos fornecedores de cana-de-açúcar. Melhoria dos resultados foi associado ao incremento
da produtividade, queda nos preços dos insumos e aumento da mecanização da colheita.
Outras áreas pesquisadas foram a região Nordeste (Pernambuco, Paraíba e Alagoas) e Tradicional (Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo). Para o diretor- executivo do Sindicato das Indústrias sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool/MT), Jorge dos Santos, a rentabilidade do setor não melhorou e as perspectivas são indefinidas. “A queda dos insumos não é verdadeira, com a valorização do dólar ainda não sabemos qual será o impacto”.
Plantio deve começar em janeiro, se estendendo até março. Colheita deve ser concluída neste mês no Estado, rendendo 13,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, com produtividade média de 80 toneladas por hectare.
De acordo com Santos, o setor sucroalcooleiro em Mato Grosso enfrenta dificuldades porque há poucos produtores independentes, os quais representam apenas 5% de todo segmento, que cultiva atualmente 200 mil hectares. “E o governo só oferece incentivos, por meio de financiamentos, para os produtores independentes”. Diretor do Sindalcool acrescenta que o custo médio de produção no Estado alcança R$ 4,7 mil na safra 11/12. “Por enquanto, a rentabilidade tem se mantido estável”. Diretor das Usinas Itamarati, Sylvio Coutinho, reforça avaliação do sindicato, sustentando que o preço de alguns insumos, como o adubo, subiu muito. Afirma ainda que a produtividade dos canaviais do Estado tem reduzido desde 2008. Naquela época, se colhia 85 toneladas de cana por hectare, contra 60 toneladas atualmente, em função da idade dos canaviais e da seca prolongada.
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