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Rendimento do agronegócio paulista diminui

Rendimento do agronegócio paulista diminui

A diminuição nos preços das commodities, o recuo nos embarques para a China e a desaceleração das economias externas colaboraram para que a balança comercial do agronegócio paulista tivesse um superávit reduzido em 17,8%, entre janeiro e outubro, no comparativo anual.

As exportações do setor foram decrescentes em 12,7%, ao atingir US$ 15,47 bilhões; enquanto as importações permaneceram quase estáveis, com leve recuo de 0,4%, somando US$ 5,13 bilhões. Mesmo assim, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria estadual de Agricultura e Abastecimento, o saldo ficou positivo em US$ 10,34 bilhões.

O pesquisador do instituto, José Roberto Vicente, ressalta que as importações paulistas nos demais setores, excluindo o agronegócio, somaram US$ 67,16 bilhões para exportações de US$ 27,58 bilhões, fator que gerou um déficit externo desse agregado de US$ 39,58 bilhões.

“Conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo manteve-se positivo, embora decrescente”, avalia o especialista.

Apesar da contribuição positiva do segmento ao Estado, analistas ouvidos pelo DCI dizem que, com exceção das carnes, os produtos agropecuários do Brasil estão menos atrativos a alguns mercados.

No caso específico de São Paulo, o setor sucroenergético responde por uma parcela importante das exportações agropecuárias e, além da crise, viu preços mais baixos para o açúcar no cenário internacional.

A depreciação açucareira aparece no último levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), indicando uma expressiva queda de 16,75% na produção da commodity durante a segunda quinzena de outubro, atingiu 2,05 milhões de toneladas, ante 2,46 milhões no igual período da safra 2013/2014.

Como alternativa, o setor tem se apoiado no mercado interno de etanol e, segundo o diretor Técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, foram observados municípios paulistas com paridade de bomba entre o etanol hidratado e a gasolina abaixo de 60%.

No Brasil

No mês passado, as exportações nacionais do agronegócio caíram 5,7%, na linha do saldo da balança agrícola que perdeu 4,3%, em relação ao mesmo mês de 2013. A demanda chinesa recuou e o País embarcou US$ 640,3 milhões a menos para o gigante asiático, no comparativo anual.

Neste cenário, o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Junqueira, defende a agregação de valor nas exportações. “Hoje, com raras exceções, ele [o produto agrícola] só chega até o porto”, disse em palestra ministrada na última sexta-feira (14). “O Estado, precisa ter uma visão pró-negócio, atuando de maneira mais incisiva na costura, por exemplo, de acordos bilaterais”, sugere, com foco em uma inserção competitiva do agro em cadeias globais.

Fonte: DCI – Comércio, Indústria e Serviços

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