Mercado

Reino Unido quer elevar intercâmbio

Ministro britânico, em visita ao País, defende a quebra de barreiras para ampliar o comércio. O Reino Unido pretende ampliar os laços comerciais com o Brasil e tem um forte discurso em favor da queda das barreiras comerciais e burocráticas entre os dois países a fim de incrementar as relações bilaterais. Como parte desse plano, o ministro do Comércio e Indústria do Reino Unido, Alistair Darling – que assumiu a pasta em maio deste ano -, chegou ontem ao País e reúne-se hoje em Brasília com os ministros brasileiros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, da Casa Civil, Dilma Roussef, e das Relações Exteriores, Celso Amorim.

“O Brasil é uma das maiores economias em desenvolvimento no mundo e queremos ampliar nossas relações comerciais. Nosso objetivo é negociar a quebra das barreiras para as empresas britânicas no Brasil e para as brasileiras no Reino Unido. Será benéfico para ambos os países se fizermos isso”, disse ontem o ministro Darling a este jornal antes de seguir para a capital federal. Para ele, esse movimento mútuo de liberalização é o que é necessário para o avanço das negociações, hoje travadas, da Organização Mundial do Comércio.

Quando chegou em São Paulo, Darling seguiu para o interior para uma visita da usina de açúcar e álcool da Cosan, em Piracicaba, pela manhã, e mais tarde seguiu para a fábrica da Embraer, no Vale do Paraíba.

O ministro ficou impressionado com a tecnologia e capacidade brasileira de produção de etanol. Segundo ele, a visita à usina foi muito interessante para ver como o Brasil domina essa tecnologia. O governo britânico, informou ele, pretende aumentar a participação do etanol na demanda por combustível para os próximos anos, especialmente, para reduzir a emissão de carbono. “Além disso, o Brasil também pode ajudar os países africanos a desenvolverem a tecnologia de produção de etanol e encorajá-los a produzir cana-de-açúcar”, disse ele, acrescentando que etanol e o biodiesel são dois grandes motivadores de futuras parcerias ou joint ventures anglo-brasileiras.

No caso da Embraer, Darling disse que o Reino Unido quer ver mais empresas britânicas envolvidas no processo de produção dos aviões da empresa brasileira, uma das quatro maiores fabricantes de aviões do mundo. Na sexta-feira, a Embraer anunciou a entrega do primeiro jato EMB 195, com capacidade para 118 passageiros – o maior já produzido no País – para a companhia aérea britânica Flybe. A Flybe fez 14 encomendas firmes do modelo.

Amanhã, o Darling volta a São Paulo para reunir-se com empresários britânicos e brasileiros. Atualmente, o Brasil é o principal mercado britânico na América Latina e a balança é favorável para o lado brasileiro em pouco mais de US$ 660 milhões até julho. Segundo ele, setores como mineração, energia, finanças, farmacêutico e serviços jurídicos possuem maior potencial de crescimento no comércio Brasil-Reino Unido.