Mercado

Regulando o etanol

Pioneiro e segundo produtor do etanol do mundo, atrás dos Estados Unidos, o Brasil tem enfrentando problemas de abastecimento por falta de uma política mais coerente com a diversidade territorial e os humores do mercado. Agora, parece que ficha caiu e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pretende aumentar a regulação no setor de etanol, buscando reduzir os problemas com a oferta e os preços do produto.Semana passada, as principais lideranças do setor sucroalcooleiro do país estiveram reunidos com os dirigentes da ANP e há a possibilidade de o governo passar a controlar a produção do álcool nas usinas. Até outubro, a ANP regularia o setor, inclusive estabelecendo metas para as unidades produtivas.O presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, que participou da reunião, colocou na plenária que a regulação não deve se restringir a estoques e comercialização, consequências do atual modelo de produção, que ele classifica de “megacéfalo”. Isto é, 88% da produção estão concentrados no Centro-Sul, onde já existe planejamento do governo federal para ferrovias, etanoldutos, linhas de transmissão para co-geração, parcerias da PBio-Petrobras Biocombustíveis etc.O representante do Sindaçúcar pleiteia que o Nordeste, por operar em sazonalidade complementar, deve receber da ANP um planejamento que se materialize em crescimento de produtividade, conciliado com novas fronteiras agrícolas. Desta forma – conclui – teremos escala, produção mais consistente e menos sobressaltos nos fluxos de produção.